O ex-senador e ex-governador Jorge Kalume disse-me certa ocasião, quando era prefeito da Capital, que “qualquer previsão política no Acre, para mais de vinte e quatro horas, é mera especulação”. O Filósofo da Fronteira, ex-prefeito do município de Plácido de Castro, saudoso amigo, Luiz Pereira, costumava dizer que “a política é dinâmica”, para emprestar decência às frequentes mudanças de partido que candidatos fazem e os arranjos que as antecedem. Ideologia, só na música do Cazuza.
Na linha de chegada do ano de 2023 havia três arranjos emparelhados, abrindo a última volta em franca aceleração, para chegar à frente na bandeirada do dia 06 ou 27 de outubro, conforme o combustível que aparecer no tanque.
O MDB, que na época da ditadura servia de guarda chuva para o PCdoB e outros “partidos” de esquerda, voltou, agora, ser hospedeiro dos egressos do Partido dos Trabalhadores. Assim, não é demais denominar a entidade de “coligação”, ou, “federação partidária” MDPT. Me vem à mente aqueles filmes de ficção, que, quando o ser que está lá dentro cresce mais do que o próprio hospedeiro, vai embora fortalecido, consumindo o próprio anfitrião, mas mantendo seu ácido desoxirribonucleico (DNA).
Ao lado, com o motor rateando, aparecia o campeão da última corrida, Tião Bocalom, buscando o segundo título na Capital, sem muitas esperanças, mas sem desistir. Ocorre que a gestão atual e o marketing melhoraram muito, resultado de um combustível aditivado, colocando-o com chances reais de vencer as eleições.
O pré-candidato do PP, Alisson Bestene, gozava do apoio integral de seu partido e, obviamente, do Governador Gladson Camelli. Agora, continua com o apoio do Governador, mas apenas em parte da agremiação, razão das divergências pontuais e talvez momentâneas, decorrente do anúncio da composição como vice, na chapa com o atual Prefeito, agora no PL de Bolsonaro.
Sobre a capacidade de administração e idoneidade de Alisson Bestene há uma unanimidade positiva, não se podendo dizer o mesmo sobre sua popularidade, pelo menos neste momento da história, a se julgar pelas pesquisas e comentários de especialistas em política.