Pessoas que sofrem com pesadelos frequentes têm um risco três vezes maior de morte prematura, segundo um novo estudo apresentado na reunião deste ano da Academia Europeia de Neurologia (EAN).
A pesquisa também apontou que esses indivíduos apresentam envelhecimento biológico acelerado, com seus corpos demonstrando desgaste acima do esperado para sua idade.
Segundo o neurocientista Dr. Abidemi Otaiku, do Imperial College London, os pesadelos desencadeiam reações fisiológicas intensas — como sudorese, taquicardia e respiração ofegante — porque o cérebro dormindo não distingue sonhos da realidade, ativando a resposta de luta ou fuga.
Esse estresse noturno repetido pode ser mais intenso do que situações vividas durante o dia.

Descobertas do estudo
- O estudo analisou dados de mais de 183 mil adultos e 2.400 crianças nos EUA.
- Adultos que relataram pesadelos semanais tiveram um risco de morte antes dos 70 anos mais de três vezes maior, mesmo considerando fatores como tabagismo, obesidade ou sedentarismo.
- Até mesmo pesadelos mensais mostraram efeitos negativos sobre a longevidade e saúde celular.
Leia mais:
- Sonhos lúcidos: é possível controlar seus sonhos? Veja como funciona
- É possível sonhar com o futuro? A Ciência tem a resposta!
- Por que algumas pessoas acordam sempre de madrugada? Especialistas explicam

O envelhecimento biológico foi medido por meio do comprimento dos telômeros, estruturas do DNA associadas à idade celular. O estresse causado pelos pesadelos e o sono de má qualidade contribuem para o encurtamento dos telômeros e o declínio celular.
Há como afastar os pesadelos
A boa notícia, segundo Otaiku, é que pesadelos são tratáveis. Melhorar hábitos de sono, reduzir o estresse e buscar tratamento psicológico podem ajudar. O pesquisador defende que os pesadelos sejam reconhecidos como um problema de saúde pública relevante.


Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Bruno Capozzi é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero e mestre em Ciências Sociais pela PUC-SP, tendo como foco a pesquisa de redes sociais e tecnologia.
