O promotor de Justiça Thales Ferreira, responsável pela Promotoria de Direitos Humanos e Cidadania, trouxe à tona dados preocupantes sobre a situação do saneamento básico no Acre durante uma entrevista ao podcast Em Cena, do ContilNet, na última segunda-feira (31). Durante a conversa, ele destacou que 75% das internações nos hospitais do estado são causadas por problemas relacionados ao saneamento inadequado.

Thales Ferreira falou, ainda, sobre os lixões a céu aberto no estado/ Foto: ContilNet
De acordo com Ferreira, a falta de infraestrutura adequada nessa área tem repercussões diretas na saúde pública, resultando em um número elevado de hospitalizações. “Como mencionei, 75% das internações nos hospitais do Acre têm origem em questões relacionadas ao saneamento básico. Portanto, é essencial que tomemos ações organizadas, conectadas e eficazes para resolver essa situação”, afirmou o promotor.
Ele também mencionou que existem exemplos de iniciativas bem-sucedidas em outras regiões do Brasil que poderiam ser adaptadas ao contexto local. “O saneamento básico é uma questão cara, mas há diversos modelos e projetos sendo aplicados em várias partes do país que podem ser ajustados à realidade do Acre”, explicou.

Esgoto descartado no Rio Acre, na capital acreana/ Foto: Val Fernandes
Ferreira também ressaltou que o Ministério Público tem se empenhado em diferentes frentes para combater o problema, através de ações das promotorias de direitos humanos, meio ambiente e habitação. Ele citou ainda o programa Cidades Saneadas, que visa eliminar os lixões no estado. “Em Sena Madureira, por exemplo, o lixão estava invadindo a rodovia. Nosso objetivo é erradicar essa realidade e criar aterros sanitários adequados, pois o chorume desses lixões contamina a água e agrava ainda mais os problemas de saneamento”, detalhou.
De acordo com informações do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), no Acre, 12,7% das crianças e adolescentes vivem em regiões sem acesso à água canalizada, colocando o estado em uma situação crítica. O estudo também revela que 31,5% das crianças e adolescentes no estado ainda residem em áreas sem saneamento básico. Esse índice é o mais alto do Brasil, seguido pelo Amazonas (23,5%), Maranhão (19,8%) e Piauí (13,7%).
