Pela primeira vez, Toniquim, poderoso cartola do futebol acreano, fica de fora das eleições da CBF

Presidente da Federação de Futebol do Acre, que está no cargo desde 1984, já avisou que é candidato a mais um mandato, em 2026, quando estiver com 80 anos de idade

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF), entidade máxima do futebol brasileiro que funciona sob o estatuto de empresa privada, sem vínculos com organismos governamentais, mas que ainda assim comanda a Seleção Brasileira, realizará a renovação de sua diretoria em eleições no próximo dia 24 (segunda-feira). Pela primeira vez, a eleição ocorrerá sem a presença do acreano Antônio Lopes de Aquino, o Toniquim, na diretoria da CBF, após oito anos de mandato. Toniquim, que atualmente ocupa o cargo de vice-presidente da entidade e tem mandato até março de 2026, não concorrerá ao terceiro mandato.

Toniquim, que atualmente ocupa o cargo de vice-presidente da entidade e tem mandato até março de 2026/Foto: Reprodução

Aos 78 anos, Toniquim – empresário e ex-jogador de futebol – preside a Federação de Futebol do Acre (FFA) desde 1994. Nos últimos oito anos, atuou como um dos 14 vice-presidentes da CBF, mas já anunciou que, em 2026, aos 80 anos e com 1,55m de altura, será candidato a mais um mandato à frente da FFA.

A Federação de Futebol do Acre foi fundada em 27 de janeiro de 1947, antes mesmo do Acre se tornar um estado, o que aconteceu em 1962. A entidade, que inicialmente se chamava Federação Acreana de Desportos (FAD), substituiu a antiga Liga Acreana de Esportes Terrestres (LAET), que organizava futebol, vôlei e basquete. Toniquim assumiu a presidência da FFA em 1984, substituindo o então major da Guarda Territorial, Adel Derze, e o jornalista Pedro Paulo Menezes de Campos Pereira, ambos já falecidos. Desde então, permanece no cargo, praticamente sem oposição. A única tentativa de derrota ocorreu em 2022, quando o deputado estadual Roberto Duarte se apresentou como candidato, tendo como vice o juruaense Flávio Silva, ex-secretário de Estado e homem de confiança do governador Gladson Cameli. Toniquim venceu a disputa e, em 2023, já declarou que será candidato a mais um mandato após o fim do atual, em 2027.

“Serei candidato, apesar da idade, porque a Federação tem hoje um patrimônio superior a R$ 100 milhões, graças ao nosso trabalho. Quando assumimos, a entidade, que é uma empresa, não tinha sequer crédito para imprimir uma fotocópia. Hoje, é organizada e reconhecida”, afirmou Toniquim ao ContilNet.

Toniquim explicou que poderia buscar o terceiro mandato, mas preferiu renunciar em nome da renovação/Foto: Reprodução

Sobre a decisão de não mais integrar a diretoria da CBF nas eleições de segunda-feira, Toniquim explicou que poderia buscar o terceiro mandato, mas preferiu renunciar em nome da renovação. “Antes, só era permitido dois mandatos. Agora, houve uma renovação no estatuto que permitiria o terceiro, mas temos um acordo de rodízio e renovação, e resolvi declinar do convite”, explicou.

Com isso, o atual presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que é candidato único após a desistência do ex-jogador Ronaldo Fenômeno, registrou chapa única com seus 14 vice-presidentes. A candidatura de Ednaldo, que visa um novo mandato, conta com o apoio unânime das 27 federações estaduais e da maioria dos clubes da Série A e B. A chapa é intitulada “Por um Futebol Mais Inclusivo e Sem Discriminação de Qualquer Natureza”, e seus integrantes são:

Presidente: Ednaldo Rodrigues
Vice-presidentes: Gustavo Dias Henrique, Ricardo Nonato Macedo de Lima, Reinaldo Rocha Carneiro Bastos, Gustavo Oliveira Vieira, Ednailson Leite Rozenha, Antônio Roberto Rodrigues Góes da Silva, Leomar de Melo Quintanilha e Rubens Renato Angelotti.

A eleição para o comando da CBF ocorrerá na segunda-feira (24), às 10h30. O mandato será de março de 2026 a 2030.

“Foi uma união democrática, um processo eleitoral que segue o rito estabelecido pela FIFA, CONMEBOL e CBF, dentro do seu estatuto, e para o qual tivemos significativas adesões. Foram 27 federações e também 13 clubes da Série A e 13 clubes da Série B. Com isso, vamos procurar fazer um mandato que busque cada vez mais o fomento do futebol brasileiro, lutando pela purificação do esporte e pela inclusão social, com ênfase no combate ao racismo e a toda forma de discriminação”, afirmou Ednaldo ao reforçar sua candidatura.