O boletim epidemiológico mais recente da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) revelou um aumento expressivo no número de casos de Oropouche, que subiu mais de 700% em relação ao ano anterior. Em 2023, o estado registrou 60 ocorrências da doença em oito municípios, enquanto em 2024 o número de casos confirmados foi de 481, espalhados por 21 cidades. Apenas o município de Santa Rosa não apresentou notificações. Também foi registrado um óbito relacionado à doença no último ano.

Fonte: Sesacre
O Oropouche é causado por um vírus do gênero Orthobunyavirus, da família Peribunyaviridae, transmitido por artrópodes, conhecidos como arbovírus. O primeiro isolamento do vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) ocorreu no Brasil em 1960, a partir de uma amostra sanguínea de uma preguiça-comum (Bradypus tridactylus), capturada na construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, o país tem registrado surtos esporádicos, principalmente na região Amazônica, além de outros casos na América Central e do Sul.
A principal forma de transmissão do Oropouche é através do maruim, o inseto Culicoides paraensis. Após picar um indivíduo ou animal infectado, o vírus permanece no inseto por um curto período. Quando o mosquito pica outra pessoa saudável, ele pode transmitir o vírus.
Declaração de emergência em saúde pública
Em razão do aumento das arboviroses, o Acre declarou estado de emergência em saúde pública no dia 8 de janeiro, abrangendo as doenças dengue, chikungunya e zika. Entre as semanas epidemiológicas 49 de 2024 e 1 de 2025, foram registrados aproximadamente 810 casos de dengue no estado, de acordo com os dados do Infodengue.
