A partir desta quinta-feira (24), uma intensa disputa deve se desenrolar entre o deputado federal Coronel Ulysses Araújo (UB-AC) e o Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) em relação à morte de quatro assaltantes durante um confronto com a Polícia Militar em Plácido de Castro, ocorrido na madrugada de terça-feira (22). Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o deputado elogiou a ação dos policiais e usou a expressão “quatro CPFs cancelados” para se referir às mortes.
PM confirma quatro mortes de criminosos que invadiram fazenda e trocam tiros com a polícia/Foto: Reprodução
Essa declaração surgiu simultaneamente ao anúncio do MPAC sobre a abertura de um procedimento investigativo para apurar a conduta dos policiais, levantando suspeitas de abuso de autoridade e uso excessivo da força. Enquanto Ulysses Araújo parabenizava os militares, o MPAC falava em execução sumária. O deputado, coronel reformado da Polícia Militar e membro da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados, também é autor de um projeto de lei que visa reformar as audiências de custódia, criticando o atual ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, por sua proposta anterior.
Sede do Ministério Público do Acre/Foto: Juan Diaz/ContilNet
Sobre o incidente em Plácido de Castro, o MPAC, por meio da Promotoria de Justiça Especializada do Controle Externo da Atividade Policial, iniciou uma Notícia de Fato Criminal para monitorar a operação realizada pelo Batalhão de Operações Especiais (BOPE). O MPAC relatou que um grupo armado invadiu uma fazenda e fez uma família refém, forçando a vítima a transferir R$ 18 mil. Após o crime, os assaltantes tentaram fugir para a Bolívia, mas foram interceptados pela polícia. Durante o confronto, três indivíduos foram mortos no local, enquanto um quarto faleceu posteriormente devido aos ferimentos.
Coronel Ulysses é deputado federal/Foto: Ascom
A promotoria está buscando o apoio do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) para identificar possíveis testemunhas e verificar a presença de câmeras de segurança na área do incidente. O objetivo é garantir uma investigação minuciosa e responsabilizar eventuais abusos de autoridade, segundo o MPAC.
Enquanto isso, Ulysses Araújo planeja propor a condecoração dos policiais envolvidos na operação, acreditando que eles agiram dentro de seus deveres e se preparando para confrontar os promotores que pedem uma investigação mais aprofundada sobre os eventos.
