Artista indígena do Acre desembarca nos EUA para lançamento de álbum com Alok

Mapu recordou que conheceu Alok pela primeira vez em 2014, quando o DJ se aproximou dos indígenas do Acre durante um momento difícil.

Na última noite da Expoacre 2024, realizada no domingo (8), o artista Mapu Huni Kui concedeu uma entrevista ao ContilNet. Durante a conversa, ele revelou seus planos de viajar para Los Angeles, EUA, com o intuito de promover seu álbum intitulado ‘Futuro é Ancestral’. Este trabalho foi desenvolvido em colaboração com o renomado DJ brasileiro Alok.

Mapu fez uma apresentação durante a entrevista ao ContilNet/Foto: Christian Rafael

O álbum, que foi lançado este ano em comemoração ao aniversário de Brasília, é fruto de mais de 500 horas de gravação e conta com a participação de representantes de oito etnias indígenas diferentes. Mapu mencionou que seu primeiro encontro com Alok ocorreu em 2014, quando o DJ se aproximou dos indígenas do Acre durante um período difícil.

“Hoje, nossa colaboração com Alok está estabelecida. Trata-se de uma extensão do nosso trabalho. Estamos criando um movimento artístico e representativo para proporcionar maior visibilidade aos povos originários”, explicou Mapu.

O Instituto Alok já destinou R$ 9 milhões para diversas iniciativas, incluindo a formalização de projetos tecnológicos para comunidades indígenas, reformas e renovação de vilas na África, combate ao trabalho infantil na Índia, e apoio a uma instituição de crédito que auxilia no financiamento de negócios rurais no Brasil. A instituição planeja aumentar ainda mais seus investimentos em projetos voltados para os indígenas no Acre.

Durante sua estadia no Acre, Alok teve a oportunidade de vivenciar os rituais dos Yawanawá e se aprofundar nas músicas tradicionais da etnia. Ele participou de um dos rituais mais significativos da cultura local, o kambô, que envolve o uso do veneno do sapo-verde, e também experimentou o chá da Ayahuasca, uma prática tradicional entre os Yawanawás.