O casal de turistas agredido por comerciantes na praia de Porto de Galinhas, no litoral sul de Pernambuco, anunciou que vai ingressar com ações judiciais contra a Prefeitura de Ipojuca e o governo do estado. O episódio ocorreu na tarde de sábado (27) e levou os dois a anteciparem o retorno para Cuiabá, no Mato Grosso.
- Turistas são espancados por comerciantes em Porto de Galinhas após discussão sobre aluguel de cadeiras
Johnny Andrade e Cleiton Zanatta afirmam que a decisão de acionar a Justiça se baseia na falta de segurança, na precariedade da infraestrutura pública e na omissão das autoridades diante da violência sofrida. Segundo eles, após as agressões, não houve atendimento médico adequado no local.
Em vídeos publicados nas redes sociais, Cleiton relatou que o casal precisou buscar atendimento fora de Porto de Galinhas.
“Não tinha raio-X no hospital, não tinha ambulância. Tivemos que ser transferidos para Ipojuca e pagar do nosso bolso”, afirmou.
Ainda nas gravações, o empresário cobrou responsabilização do poder público e disse que a decisão de processar as autoridades já foi tomada.
“A gente vai processar a prefeitura de Ipojuca e o estado de Pernambuco. Espero nunca mais pisar nesse lugar”, declarou.
Na manhã desta terça-feira (30), o casal publicou um novo vídeo, já no Aeroporto de Maceió, informando que conseguiu antecipar a viagem de volta para casa. Segundo eles, a decisão foi motivada pelo trauma causado pelas agressões.
Até a última atualização, não havia confirmação oficial sobre a data de ingresso das ações judiciais.
Entenda o caso
De acordo com o relato das vítimas, a confusão começou após um desentendimento envolvendo a cobrança pelo aluguel de cadeiras e guarda-sol. O casal afirma que o valor combinado inicialmente foi de R$ 50, mas, no momento do pagamento, os barraqueiros passaram a exigir R$ 80, sem aviso prévio. A recusa em pagar o novo valor teria desencadeado as agressões.
A Prefeitura de Ipojuca se manifestou nas redes sociais, lamentou o ocorrido e classificou o episódio como grave. O prefeito Carlos Santana (Republicanos) divulgou um vídeo pedindo desculpas aos turistas e anunciou medidas emergenciais, como reforço da fiscalização na orla com a Guarda Municipal, Procon e agentes ambientais.
Como providência imediata, a prefeitura determinou a interdição da barraca envolvida por uma semana e o afastamento dos funcionários até a conclusão das investigações. A Polícia Civil intimou os suspeitos para prestar depoimento.
Os barraqueiros negam que a confusão tenha sido motivada por homofobia ou cobrança abusiva. Em nota, afirmaram que os valores estavam informados no cardápio e alegaram que um funcionário também teria sido agredido durante o episódio.
Leia também:
- Barraca em Porto de Galinhas é interditada após agressão a casal de turistas
- Vídeo: barraqueiros negam homofobia contra casal de turistas em Porto de Galinhas
- ‘Nu com a mão no bolso’: juiz proíbe prisão de quem for flagrado pelado em praia
