Preso pela morte da companheira e dos três enteados, o caseiro Milton Gonçalves Filho, de 48 anos, fingiu não saber o paradeiro das quatro vítimas por pelo menos cinco dias após o crime. Mesmo após os assassinatos, ele chegou a afirmar à família que Sabrina de Almeida Lima, de 27 anos, e as crianças haviam desaparecido.
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Sabrina e os filhos Eduardo Felipe Lima dos Santos, de 10 anos, Victor Hugo Lima dos Santos, de 8, e Luiz Henrique Lima dos Santos, de 6, foram assassinados na noite de 18 de dezembro, na casa onde viviam com Milton e o filho dele, Leonardo Gonçalves, de 21 anos, em uma fazenda localizada a cerca de cinco quilômetros de Jaboticabal, no interior de São Paulo. As vítimas foram mortas com golpes de facão e marreta.
Milton e Leonardo confessaram os crimes à polícia no dia 23 de dezembro e estão presos preventivamente. O caso causou forte comoção na região de Ribeirão Preto, tanto pela brutalidade quanto pela frieza dos suspeitos, que também admitiram envolvimento em outro homicídio ocorrido em agosto do ano passado.
Na quarta-feira (24), durante o velório das vítimas, familiares e amigos pediram justiça. “Essa é uma marca que nunca esqueceremos na nossa vida. Não existe mais Natal pra gente, não existe mais Ano Novo pra gente. É justiça, justiça”, disse o tio de Sabrina, Anderson Braz de Almeida.
Quem são as vítimas
As vítimas são Sabrina de Almeida Lima, de 27 anos, e os filhos Eduardo Felipe Lima dos Santos, de 10 anos, Victor Hugo Lima dos Santos, de 8, e Luiz Henrique Lima dos Santos, de 6. As crianças não eram filhas de Milton, mas viviam com ele e o pai biológico, Leonardo, na fazenda onde o crime ocorreu.
Segundo familiares, Sabrina havia sido usuária de drogas no passado, mas estava em recuperação havia quase um ano. A mãe da vítima, Joviniana Braz de Almeida, contestou a versão apresentada por Milton à polícia, de que Sabrina teria fugido por causa de abstinência.
“Ela estava limpa há mais de dez meses. Todo dia 9 ela comemorava mais um mês sem droga. Ela usou no passado, mas naquele momento não usava mais”, afirmou.
Quem são os suspeitos
Os suspeitos são Milton Gonçalves Filho, de 48 anos, e o filho dele, Leonardo Gonçalves, de 21. Ambos confessaram os assassinatos cinco dias após a família de Sabrina registrar boletim de ocorrência por desaparecimento.
Eles foram presos no dia 23 de dezembro e tiveram a prisão convertida em preventiva no dia seguinte. Por questões de segurança, o local onde estão detidos não foi divulgado. Os dois devem responder por feminicídio, homicídio, destruição, subtração e ocultação de cadáver.
Além das mortes de Sabrina e das três crianças, pai e filho também confessaram o assassinato de Jéssica Rizzo, de 33 anos, ex-companheira de Milton, desaparecida desde agosto do ano passado.
Como os crimes aconteceram
À polícia, Leonardo afirmou que matou Sabrina após presenciar uma discussão entre ela e o pai, na noite do dia 18 de dezembro. Segundo o relato, durante a briga, Sabrina teria partido para cima de Milton, e Leonardo, para defender o pai, pegou um facão e golpeou a mulher na cabeça.
Ainda de acordo com os depoimentos, o menino Victor Hugo correu para proteger a mãe e acabou sendo atingido por Milton com uma marreta. Os outros dois irmãos, de 10 e 6 anos, também foram contidos e mortos com golpes da mesma ferramenta. Todas as vítimas morreram no local.
Após o crime, os corpos foram levados para uma área de mata próxima à fazenda. Antes disso, Milton desligou a chave geral da casa para evitar que as câmeras de segurança registrassem a saída. Os corpos foram enrolados em sacos de alumínio usados para silagem e enterrados em valas cavadas pelos próprios suspeitos.
Como os crimes foram descobertos
Inicialmente, Milton afirmou à polícia e aos familiares que Sabrina havia saído de casa com os filhos para usar drogas. As buscas começaram no dia 21 de dezembro, após o registro do boletim de ocorrência no dia anterior.
Durante as investigações, os policiais passaram a monitorar o comportamento de Milton. Com o avanço das diligências, ele acabou confessando o crime. “Com os elementos que possuíamos, ele acabou confessando”, afirmou o delegado Oswaldo José da Silva. Leonardo também confessou participação e foi preso.
Por que o caso foi tratado como desaparecimento
O caso foi inicialmente registrado como desaparecimento porque Milton sustentou a versão de que Sabrina havia ido embora com os filhos na noite do crime. Como a mulher não tinha celular, os contatos eram feitos pelo telefone do próprio suspeito.
O tio de Sabrina, Anderson Braz, relatou que estranhou o comportamento de Milton desde o início. “Ele não perguntou se ela estava na casa de ninguém. Já chegou dizendo que ela tinha sumido”, afirmou.
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