Governo Trump mantém pressão sobre os chips de fabricação chinesa, mas concede prazo maior às empresas estadunidenses

Países firmaram trégua comercial recentemente (Imagem: Quality Stock Arts/Shutterstock)

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O governo dos EUA anunciou que irá elevar as tarifas sobre as importações de semicondutores chineses a partir de junho de 2027, em uma medida que mantém a pressão sobre Pequim, mas adia seus efeitos mais imediatos.

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A taxa exata ainda será definida e deverá ser comunicada com pelo menos um mês de antecedência, segundo documento publicado nesta terça-feira (23) no Registro Federal.

Até lá, as importações de chips da China continuarão isentas de tarifas por um período inicial de 18 meses. A decisão foi detalhada pelo Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR, na sigla em inglês), que conduz uma investigação sobre práticas comerciais chinesas no setor de semicondutores.

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Decisão sugere tentativa de reduzir tensões após acordo entre Trump e Xi Jinping (Imagem: William Potter/Shutterstock)

Investigação e críticas à China

  • De acordo com o USTR, a apuração concluiu que a China adota práticas consideradas desleais para fortalecer sua indústria de semicondutores.
  • “Por décadas, a China tem como alvo o setor para alcançar o domínio global, recorrendo a políticas e práticas não mercantis cada vez mais agressivas”, afirmou o órgão no documento.
  • O processo, iniciado há cerca de um ano sob a Seção 301 da Lei de Comércio, tem foco especial em chips mais antigos, amplamente utilizados em setores, como automóveis, eletrodomésticos e equipamentos industriais.
  • O aviso publicado agora estabelece que o aumento tarifário entrará em vigor em 23 de junho de 2027.

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Taxa ainda será definida e poderá servir como instrumento de pressão em futuras negociações (Imagem: Dilok Klaisataporn/iStock)

EUA: trégua comercial e sinal ao mercado

O adiamento das tarifas sugere uma tentativa do governo Donald Trump de reduzir tensões na relação comercial com a China, após uma trégua anunciada em outubro entre o presidente Trump e o líder chinês, Xi Jinping.

O acordo incluiu a redução de algumas tarifas estadunidenses e a liberação, por parte da China, das exportações de metais de terras raras.

Para empresas estadunidenses, a definição de um prazo mais longo traz previsibilidade em um momento de incerteza nas cadeias globais de suprimentos.

As tarifas anunciadas são independentes de outras possíveis taxas sobre chips chineses avaliadas pelo governo sob a Seção 232, que trata de temas ligados à segurança nacional.

Bandeiras de Estados Unidos e China
Empresas dos EUA ganham tempo para ajustar cadeias de suprimento antes da entrada das tarifas (Imagem: Knight00730/Shutterstock)

Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Rodrigo Mozelli

Rodrigo Mozelli é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) e, atualmente, é redator do Olhar Digital.