Indígenas se reúnem para discutir restauração ecológica

Técnicas desses povos para recuperar ambientes naturais podem ser incorporadas em políticas públicas nacionais

Povos originários de diferentes etnias estiveram reunidos esta semana no 1º Encontro Indígena de Restauração Ecológica (I EIRE), com o objetivo de trocar experiências e técnicas de coleta, produção e plantio de sementes, modelos de agroflorestas e agroecologia praticados em seus territórios. O I EIRE foi realizado dentro da 5ª Conferência da Sociedade Brasileira de Restauração Ecológica.

Desmatamento ilegal contrasta com a floresta conservada na Terra Indígena Karipuna (RO). Foto: Christian Braga / Greenpeace

Povos originários podem desmatar parcelas de suas terras para construir e plantar, mas elas são alvo da retirada de madeira, agropecuária e garimpo ilegais. Ao mesmo tempo, tais espaços abrigam cerca de 80% da biodiversidade mundial, diz a Organização das Nações Unidas.

Por isso é importante recuperar a vegetação natural em terras indígenas, e elas têm o que mostrar. “Queremos (…) dar visibilidade aos saberes ancestrais na conservação e na recuperação dos ecossistemas e integrá-los aos conhecimentos técnico- científicos”, disse Lucia Alberta, diretora de Promoção ao Desenvolvimento Sustentável da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

O órgão indigenista quer inserir a pauta indígena em políticas e ações de restauração ecológica, como na revisão do Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg), no desenho da Plataforma de Acompanhamento da Recuperação Ambiental (Recooperar), de editais públicos e de um banco de áreas prioritárias para recuperação em terras indígenas.

O 1º Eire aconteceu de 8 a 10 de julho na Universidade Federal do Vale do São Francisco, em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), e foi apoiado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, Serviço Florestal dos Estados Unidos, Pacto pela Restauração da Mata Atlântica e Instituto Sociedade, População e Natureza.