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Alguns parasitas evoluíram estratégias capazes de alterar o comportamento de seus hospedeiros de forma direta e funcional.
Embora a ideia de “controle” seja uma hipérbole, certos parasitas realmente induzem ações específicas em seus hospedeiros que favorecem sua sobrevivência e reprodução. A seguir, listamos cinco exemplos. Confira!
5 parasitas que controlam seus hospedeiros
Ophiocordyceps unilateralis

O apelido de “fungo zumbi” do Ophiocordyceps unilateralis não é à toa, já que ele transforma formigas, sua principal vítima, em verdadeiros walking deads.
Ao infectar a formiga, esse fungo cresce dentro do corpo do inseto, próximo ao sistema nervoso, e produz substâncias químicas que alteram seu comportamento.
Ele faz a formiga abandonar seu caminho normal e descer da copa das árvores até o chão da floresta, onde a umidade e a temperatura favorecem o crescimento do fungo. A formiga, então, morde firmemente uma folha ou galho até morrer.
Essa forma de manipulação do comportamento da formiga é uma estratégia do Ophiocordyceps unilateralis para espalhar sua espécie e garantir sua sobrevivência.
Hymenoepimecis argyraphaga

Essa vespa estabelece uma relação parasitária e de “manipulação mental”, digamos, realmente exclusiva com a aranha Leucauge argyra!
Quando a fêmea de Hymenoepimecis argyraphaga encontra a Leucauge argyra, ela a paralisa com veneno e injeta um ovo em seu corpo. A partir daí, o ovo se desenvolve em uma larva que, ao crescer, faz a aranha construir uma teia completamente diferente da que faria normalmente.
Essa teia é mais resistente e projetada para sustentar o casulo da vespa, que precisa de uma estrutura firme para sobreviver. Por fim, a larva mata a aranha e se transforma em uma vespa adulta, completando seu ciclo de vida.
Toxoplasma gondii

A estratégia de controle mental dos ratos é a principal arma do Toxoplasma gondii para completar seu ciclo de vida. Esse parasita microscópico é um protozoário unicelular que precisa infectar outros animais para sobreviver e se reproduzir.
Entretanto, há um fator crucial para esse parasita: ele só consegue se reproduzir sexualmente dentro de felinos, como gatos domésticos ou outros membros da família Felidae. Apenas o corpo desses animais oferece o ambiente intestinal específico necessário para a reprodução sexual do parasita.
Por isso, os ratos se tornam alvos ideais. Como são presas frequentes de felinos, os roedores servem como ponte perfeita para a transmissão do parasita.
E como funciona? O Toxoplasma gondii invade o cérebro dos ratos e forma cistos que alteram seu comportamento. Ratos infectados, por exemplo, perdem o medo de felinos e de sinais como a urina de gato, o que aumenta a chance de serem predados.
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Sacculina carcini

O terror dos caranguejos é a craca parasita Sacculina carcini. Ela invade o corpo desse animal e passa a usá-lo como base para sua reprodução.
Após a infecção, o parasita se espalha internamente e bloqueia o sistema reprodutivo do hospedeiro, causando castração parasitária. Assim, a energia que seria usada na reprodução do caranguejo passa a sustentar o desenvolvimento da craca.
Esse parasitismo altera sinais hormonais e modifica o comportamento do hospedeiro. Machos, por exemplo, passam a apresentar respostas típicas de fêmeas, cuidando e ventilando os ovos do parasita como se fossem seus.
Embora não atue diretamente no sistema nervoso, Sacculina carcini manipula a fisiologia do caranguejo de forma profunda.
Spinochordodes tellinii

Esse verme parasita transforma gafanhotos e grilos em uma espécie de “marionete” suicida. Spinochordodes tellinii pertence ao filo dos nematomorfos e é extremamente fino, semelhante a um fio de cabelo.
Ele parasita grilos e gafanhotos porque, quando jovem, não consegue sobreviver sozinho. Dentro do inseto, o verme recebe alimento constante, proteção e tempo para crescer.
Porém, ao atingir a fase adulta, surge outro problema: esse verme só consegue se reproduzir na água. Como grilos e gafanhotos são animais terrestres, o parasita precisa alterar o comportamento do hospedeiro.
O Spinochordodes tellinii interfere de forma indireta no organismo do inseto, alterando sua orientação e resposta a estímulos ambientais. Assim, o hospedeiro acaba pulando na água e morre afogado, enquanto o verme sai do corpo para o ambiente aquático, onde pode se reproduzir.
