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Sabe aquele momento constrangedor em que você precisa tirar o sapato em público, mas hesita por medo do cheiro que pode empestear o ambiente? Pois é, você não está sozinho.
O famoso “chulé” é um problema comum e que muitas vezes vira motivo de piada. Mas, para além do constrangimento social, esse odor desagradável tem nome científico, causas biológicas claras e, felizmente, formas eficazes de ser combatido.
Abaixo, explicamos o que acontece dentro do seu calçado e como evitar que seus pés se tornem vilões dos narizes alheios.
Bromidrose llantar: entenda as causas do chulé e como tratar o mau odor
Embora o termo “chulé” seja o mais popular, a medicina chama essa condição de bromidrose plantar. Mas, ao contrário do que muitos pensam, o suor, por si só, não tem cheiro. O odor surge de uma “festa química” que ocorre nos seus pés: o ambiente quente, úmido e escuro dentro do sapato é ideal para a proliferação de bactérias e fungos.

Esses microrganismos, naturalmente presentes na pele, alimentam-se dos resíduos de pele morta e do suor. O mau cheiro é o resultado da decomposição dessas substâncias, um processo de fermentação que libera gases de odor forte. Segundo especialistas, a condição ocorre quando há a junção da produção excessiva de suor com a ação de bactérias, potencializada pela falta de higiene ou uso inadequado de calçados.
Chulé é uma doença ou genética?
A bromidrose não é necessariamente considerada uma doença grave isolada, mas sim uma condição dermatológica que pode estar associada à hiperidrose (suor excessivo). Em alguns casos, se não tratada, a umidade constante pode facilitar o aparecimento de micoses e frieiras.
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Quanto à genética, ela pode jogar contra você. Se há histórico familiar de suor excessivo, as chances de desenvolver o odor aumentam. Fatores como diabetes, obesidade e alterações hormonais também podem intensificar o quadro. No entanto, na grande maioria das vezes, o chulé é democrático: basta descuidar para ele aparecer.
Maus hábitos que pioram o chulé
Você pode estar sabotando o aroma dos seus pés sem perceber. Os principais erros incluem:
- Repetir o sapato: Usar o mesmo calçado dois dias seguidos não dá tempo para o suor secar completamente.
- Meias sintéticas: Tecidos que não absorvem o suor (como o poliéster) transformam o pé em uma estufa.
- Má secagem: Não enxugar bem entre os dedos após o banho é um convite para bactérias.

Como tratar e prevenir
A boa notícia é que o tratamento geralmente é simples e envolve mudanças de hábito e higiene. O objetivo principal é manter os pés secos e controlar as bactérias.
Para combater o odor, recomenda-se lavar bem os pés (inclusive entre os dedos) com sabonetes antissépticos e garantir que estejam totalmente secos antes de calçar qualquer coisa, o uso de secador de cabelo (no ar frio) pode ajudar.
Além disso, a aplicação de talcos antissépticos ou desodorantes para os pés ajuda a controlar a umidade. Especialistas indicam também colocar os sapatos no sol e fazer a higienização regular dos calçados como medidas essenciais para eliminar os microrganismos alojados no tecido.
Chulé tem cura?
Sim, na grande maioria dos casos o chulé tem cura através da adoção de bons hábitos de higiene, uso de produtos antissépticos e controle da umidade dos pés. Casos ligados a problemas metabólicos podem exigir acompanhamento médico.
Chulé é uma doença?
Tecnicamente, é chamado de bromidrose. Embora seja uma condição clínica causada pela interação de bactérias com o suor, geralmente não é classificada como uma doença grave, mas sim um sintoma de desequilíbrio na flora da pele ou excesso de transpiração.
