Pesquisa Datafolha aponta ampla vantagem de Lula sobre Flávio Bolsonaro para 2026

Os dados foram colhidos antes do anúncio de Flávio Bolsonaro como nome da família para eleições de 2026

Levantamento da mais recente pesquisa Datafolha mostra que o presidente Lula (PT) mantém vantagem consistente nas simulações para as eleições de 2026, enquanto os nomes ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) enfrentam índices elevados de rejeição e desempenho abaixo dos principais candidatos da direita. Os dados foram coletados entre os dias 2 e 4, antes do anúncio de que Flávio Bolsonaro seria o escolhido da família para disputar a Presidência da República em 2026.

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Lula lidera em todos os cenários/Foto: Reprodução

No cenário de segundo turno entre Lula e Flávio Bolsonaro, o petista aparece com 51%, contra 36% do senador do PL. No levantamento anterior, Lula tinha 48%, e Flávio, 37%. A desvantagem se repete entre outros membros da família: Eduardo Bolsonaro foi de 37% para 35%, enquanto Lula oscilou de 49% para 52%. Michelle Bolsonaro marca 39% contra 50% do petista.

Governadores alinhados à direita apresentam desempenho mais competitivo. Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) aparece com 42% contra 47% de Lula, enquanto Ratinho Jr. (PSD-PR) marca 41% ante 47% do presidente, mantendo o equilíbrio já observado em julho, quando perdia por 45% a 40%.

O Datafolha também simulou o ex-presidente Jair Bolsonaro contra Lula. Mesmo inelegível e preso desde novembro após condenação por tentativa de golpe, Bolsonaro ainda é testado por poder influenciar a disputa até a rejeição definitiva de sua candidatura. Ele perde por 49% a 40%, sendo que na última rodada tinha 43% contra 47% do petista.

No primeiro turno, Lula mantém 41% em todos os cenários avaliados, repetindo o índice observado em julho. Flávio Bolsonaro registra apenas 18%, seguido por Ratinho Jr. (12%), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), com 7%, e Romeu Zema (Novo-MG), com 6%. Em um segundo cenário, Eduardo Bolsonaro substitui o irmão, mas o resultado é idêntico: 41% para Lula e 18% para o deputado.

Com Michelle Bolsonaro como candidata, há uma melhora no desempenho da família: Lula mantém 41%, enquanto a ex-primeira-dama marca 24%, ficando à frente de Ratinho Jr. (10%), Caiado (6%) e Zema (5%). A presença de Tarcísio de Freitas altera a configuração: Lula aparece com 41%, Tarcísio com 23%, Ratinho Jr. com 11%, Caiado com 6% e Zema com 3%.

Apesar do grande número de candidatos da direita testados, os cenários assumem desunião entre partidos e lideranças, algo improvável devido à tendência de alianças somente após a definição do segundo turno. Mesmo assim, os dados evidenciam a dificuldade enfrentada pelos nomes da família Bolsonaro, que apresentam rejeição acima da média: Flávio (38%), Eduardo (37%) e Michelle (35%). Jair Bolsonaro e Lula aparecem empatados com 45% e 44% de rejeição, respectivamente. Já os governadores têm desempenho mais favorável: Zema (21%), Ratinho Jr. (21%), Tarcísio (20%) e Caiado (18%).

A escolha de Flávio Bolsonaro como candidato do clã é vista com preocupação por partidos como MDB, PSD e setores do centrão, que avaliam o senador como menos competitivo que outras lideranças da direita. A reação foi intensificada com a divulgação da pesquisa, que reforça a dificuldade eleitoral associada ao sobrenome Bolsonaro.

O quadro atual indica vantagem de Lula e fragilidade entre os nomes ligados ao ex-presidente, ao mesmo tempo em que governadores de perfil mais moderado despontam como alternativas mais competitivas à direita. Apesar disso, a rejeição elevada do próprio Lula (44%), acompanhada de 38% de reprovação ao governo, também liga sinais de alerta no Planalto.