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A SpaceX realizou mais um lançamento de destaque ao enviar um satélite oceanográfico para órbita utilizando um Falcon 9 reutilizado. A operação, realizada na madrugada desta segunda-feira (17), marcou a 500ª missão orbital da empresa com um foguete já usado antes, um marco que reforça o avanço da companhia no setor espacial e o papel central da reutilização de veículos lançadores.
O Falcon 9 decolou da Base da Força Espacial de Vandenberg, na Califórnia, à 1h21 (pelo horário de Brasília), levando a bordo o satélite Sentinel-6B, parte do programa europeu Copernicus, responsável por monitorar com alta precisão as mudanças no nível do mar em todo o planeta.
Reutilização de foguetes impulsiona novos marcos para a SpaceX
A SpaceX destacou o feito em uma publicação no X (antigo Twitter), assim como Gwynne Shotwell, presidente e diretora de operações (COO) da empresa. Shotwell celebrou o marco ao afirmar que a reutilização de foguetes abriu caminho para transportar grandes cargas e, futuramente, muitas pessoas para estabelecer presença humana permanente na Lua e além – missão que ficará a cargo do megafoguete Starship.
Congratulations to the SpaceX team on completing 500 (!!!!) missions with flight-proven rocket boosters. You’ve made the impossible possible with reusable rockets, paving the way to land huge amounts of cargo and lots of people to establish permanent human presence on the Moon… https://t.co/BPXHHNw84u
— Gwynne Shotwell (@Gwynne_Shotwell) November 17, 2025
Apesar de o Starship já ter feito 11 lançamentos, eles não entram na contagem das 500 missões, pois todos foram testes suborbitais. O veículo é considerado o maior e mais poderoso foguete já construído e peça-chave nos planos da SpaceX para levar humanos à Lua e a Marte.
Durante a operação, o primeiro estágio do Falcon 9 retornou com sucesso a Vandenberg cerca de nove minutos após a decolagem, completando seu terceiro voo. As duas missões anteriores desse mesmo booster haviam transportado lotes de satélites da Starlink.

Sentinel-6B reforça monitoramento global do nível dos oceanos
O Sentinel-6B dá continuidade a quase quatro décadas de registros precisos do nível do mar. Ele segue o trabalho do Sentinel-6 Michael Freilich, lançado pela própria SpaceX em 2020. Segundo dados do programa Copernicus, o nível médio dos oceanos subiu quase 10 centímetros nos últimos 25 anos, um dos indicadores mais importantes das mudanças climáticas.
Para ampliar a precisão das medições, o novo satélite carrega:
- um altímetro de radar desenvolvido pela ESA;
- um radiômetro de micro-ondas fornecido pela NASA, usado para interpretar o conteúdo de água na atmosfera e ajustar os dados do altímetro.

Nos primeiros 12 meses da missão, o Sentinel-6B trabalhará em conjunto com seu antecessor para garantir calibração cruzada e resultados ainda mais precisos. O projeto é uma colaboração entre a Comissão Europeia, a Agência Espacial Europeia (ESA), a NASA, a Organização Europeia para a Exploração de Satélites Meteorológicos (Eumetsat), a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) e o Centro Nacional de Estudos Espaciais da França (CNES).
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O satélite, com 1.440 kg, foi liberado pelo estágio superior do Falcon 9 57 minutos após o lançamento, a 1.322 km de altitude. Ele agora passa pela fase inicial de verificações antes de iniciar oficialmente suas atividades científicas.
Com informações do site Space.com.
