Tudo sobre OpenAI
A OpenAI se envolveu em uma polêmica com o governo dos Estados Unidos nesta semana. A situação começou na quarta-feira (05), quando a diretora financeira, Sarah Friar, sugeriu que o governo poderia ajudar a garantir que a desenvolvedora cumprisse com seus compromissos financeiros.
A fala caiu mal com o conselheiro de Trump para IA e fez executivos da empresa – inclusive o CEO, Sam Altman – se retratarem. No entanto, também gerou dúvidas se a OpenAI realmente consegue cumprir com suas promessas sem receber ajuda externa.

OpenAI esperava uma ajudinha do governo
Durante um discurso na conferência Tech Live do The Wall Street Journal, Sarah Friar disse que a prioridade da OpenAI não era estrear na bolsa de valores tão cedo. No entanto, diante das grandes promessas de gastos, a desenvolvedora espera contar com investimentos de bancos, capital privado e até do governo dos Estados Unidos para criar um ecossistema favorável.
Nesse caso, a gestão federal poderia garantir o fornecimento de chips que embasam os contratos da OpenAI com outras empresas – principalmente em um cenário em que a disponibilidade dos semicondutores é incerta.
Mas o comentário não caiu bem. A startup se comprometeu a investir mais de US$ 1 trilhão em contratos de chips, mas fatura apenas US$ 13 bilhões. A fala da executiva deixou o mercado incerto se a empresa realmente conseguirá arcar com seus compromissos sem contar com ajuda externa.
Na quinta-feira (06), Sarah Friar fez uma publicação no LinkedIn se retratando sobre a fala. Ela defendeu que a OpenAI não está buscando garantias governamentais para cumprir com seus compromissos, mas sim que os investimentos externos – incluindo a união entre o setor privado e o governo – podem ajudar a garantir o sucesso da tecnologia nos EUA.

Aliado de Trump negou ajuda
A publicação de Friar pareceu piorar a situação:
- O investidor de capital de risco David Sacks, atualmente Presidente do Conselho Consultivo para a Ciência e Tecnologia de Donald Trump, usou o X para afirmar que “não haverá resgate federal para IA”;
- Ele escreveu que os Estados Unidos já têm pelo menos cinco empresas pioneiras nesse setor. Se uma falhar, terá outra no lugar;
- Em outra publicação, Sacks suavizou sua posição e escreveu que o governo Trump está disposto a facilitar o fornecimento de infraestrutura, como eletricidade sem aumentar as tarifas.

Sam Altman teve que se pronunciar
Após a polêmica aumentar, o CEO da OpenAI, Sam Altman, teve que intervir. Ele escreveu em publicação no X que a empresa “obviamente não quer garantias governamentais” para os data centers e que o governo não deve intervir em prol de companhias que “tomam decisões comerciais ruins ou que perdem no mercado”. Nesse caso, se uma falir, outras virão no lugar – e isso inclui a OpenAI.
Porém, Altman acredita que seria benéfico que o governo tenha sua infraestrutura de IA – não para outras empresas, mas para benefício próprio. Ele defendeu que o que a desenvolvedora pede não é uma garantia de empréstimo, mas uma garantia de que a cadeia de chips necessária para alimentar a IA seja “a mais americana possível”.
O executivo ainda falou sobre como a desenvolvedora pretende arcar com as altas promessas de investimentos. Segundo ele, a empresa deve fechar o ano com uma receita acima de US$ 20 bilhões e deve “crescer para centenas de bilhões até 2030”. Ele também reforçou que está confiante na perspectiva da OpenAI e que está buscando formas de diversificar suas fontes de renda para cumprir objetivos.
I would like to clarify a few things.
First, the obvious one: we do not have or want government guarantees for OpenAI datacenters. We believe that governments should not pick winners or losers, and that taxpayers should not bail out companies that make bad business decisions or…
— Sam Altman (@sama) November 6, 2025
