O Fundo Florestas Tropicais para Sempre, o TFFF – sigla em inglês -, já conta com apoio de 53 países. O anúncio foi feito pelo Brasil durante a Cúpula Climática de Belém, que começou nesta quinta-feira (6).

Até o momento, quatro países anunciaram aportes que ultrapassam US$ 5 bilhões: Brasil, Indonésia, França e a Noruega.
O TFFF é um projeto do governo brasileiro para viabilizar a proteção de florestas. O ministro da fazenda, Fernando Haddad, explicou como vai funcionar o fundo que será administrado pelo Banco Mundial.
“Você tem um aporte de capital de investidores, que vão ser remunerados por uma taxa básica. Esses recursos vão ser emprestados, vão financiar projetos, que vão ser definidos pelo seu comitê e a diferença de taxa de juros, entre o que você paga para o investidor e o que você cobra, do tomador, vai servir justamente de lastro para financiar o pagamento de serviços ambientais”.
A expectativa é que o TFFF tenha US$ 25 bilhões de recursos públicos de diversos países. Para cada 1 dólar de investimentos públicos vão ser alavancados 4 dólares de investimentos privados, potencializando o fundo.
Investimento dos países
O ministro do Meio Ambiente da Noruega, Andreas Eriksen, ressaltou que existe o risco de os países não investirem no fundo e não preservarem as florestas tropicais. Vamos ouvir a tradução.
“Há um risco para os nossos países em não investir no TFFF, porque um dos maiores riscos que nós temos agora é o desaparecimento das florestas na frente dos nossos olhos. Isso não tem consequências apenas para o Brasil. Mesmo para um país como a Noruega, um país frio lá no norte do mundo, muito longe das florestas tropicais. Dependemos também e precisamos administrar esse risco e garantir a sobrevivência das florestas tropicais”.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ressaltou que 90% dos países com florestas tropicais devem aderir ao fundo, permitindo um avanço na defesa da biodiversidade florestal.
“Os países que vão assinar declaração em prol do TFFF, são detentores de 90 30% das florestas tropicais do planeta. Ou seja, geralmente a gente pensa no recurso que seja financeiro, mas existe o recurso natural que é a floresta, a biodiversidade, os povos originários, que cuidam dessa floresta e que tem conhecimentos associados a ela”.
Povos indígenas e comunidades locais
A ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara, destacou que 20% dos recursos do fundo serão destinados aos povos indígenas e comunidades locais.
“Conseguimos garantir, no mínimo, de 20% para apoio direto a povos indígenas e comunidades locais, garantindo uma estrutura e uma governança autônoma que não vai se perder com mudança de governos. E possa ter essa garantia de continuidade do apoio às florestas tropicais e com essa autonomia dos povos indígenas e comunidades locais”.
É esperado que, nesta sexta-feira, a Alemanha anuncie um novo aporto ao TFFF em reunião bilateral com o presidente Lula na Cúpula do Clima, em Belém.
