Austrália: Tesla em movimento pode ter sido atingido por um… meteorito!

Cientistas do Museu da Austrália do Sul vão investigar se o objeto que quebrou e derreteu parcialmente o para-brisa de um Tesla Model Y em movimento era um meteorito. O caso aconteceu na rodovia Augusta, 40 quilômetros depois da pequena cidade à beira-mar Port Germein, em outubro.

“Estilhaços de vidro voaram dentro do carro, havia fumaça branca por toda parte e sentíamos cheiro de queimado. Minha esposa achou que o carro estava pegando fogo“, contou o veterinário Andrew Melville-Smith, proprietário do veículo, ao site da Australian Broadcasting Corporation (ABC).

No momento da colisão, o carro estava configurado no modo de direção autônoma — e não parou em nenhum momento. “O carro estava dirigindo tranquilamente, sem se preocupar com nada… não tinha noção do caos que acontecia dentro da cabine”, disse ele.

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Caso aconteceu nas proximidades da pequena cidade à beira-mar Port Germein (Imagem: Andrew Melville-Smith)

Em um primeiro momento, Andrew achou “uma grande bobagem” a possibilidade de se tratar de um meteorito. “Muita gente diz: ‘De jeito nenhum’”, disse ele. “Mas ofereça outra explicação: o que mais derrete o seu para-brisa?” Foi aí que ele decidiu entrar em contato com o Museu da Austrália do Sul para investigar o que pode ser um caso inédito no mundo.

Investigação

“O mais estranho é que o vidro do para-brisa dele derreteu um pouco; algo que atingiu o para-brisa gerou muito calor; esse é o ponto crucial para o qual não consigo encontrar uma boa explicação”, disse Kieran Meaney, gerente assistente da coleção de mineralogia do museu, à reportagem. A polícia descartou a possibilidade de ser uma pedra atirada de caminhões que passavam pela rodovia.

Agora, a equipe do museu fará análises químicas de detritos presos no para-brisa para avaliar do que são feitos, se correspondem a algum meteorito conhecido ou a algo mais próximo da Terra. Outras hipóteses incluem lixo espacial ou partes de um satélite antigo. “Se descobrirmos que se trata de um meteorito, provavelmente iremos até o local onde isso aconteceu e tentaremos encontrar o fragmento de rocha.”

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Outras hipóteses incluem lixo espacial ou partes de um satélite antigo (Imagem: Julien Viry/iStock)

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Caso do Tesla é desafiador

  • Em entrevista, o professor de astrofísica da Universidade do Sul de Queensland, Jonti Horner, disse estar cético sobre a chance de ser um meteorito, já que não há relatos de flashes de luz no local da colisão;
  • “Dois, três ou quatro minutos antes de a rocha atingir o carro, deveria ter sido amplamente observada em toda aquela região uma bola de fogo no céu, pelo menos tão brilhante quanto a Lua cheia, senão significativamente mais brilhante“, disse o professor;
  • Além disso, segundo ele, pequenas quedas de meteoritos são frequentes na Austrália e há registros de colisões em carros estacionados em outros países;
  • Ao chegarem na Terra, esses objetos espaciais geralmente estão frios ao toquediferentemente do que nos faz crer os filmes de Hollywood.

“O motivo é que esses objetos foram mantidos a temperaturas extremamente baixas nas profundezas do Espaço por bilhões de anos e tiveram apenas alguns breves segundos de aquecimento ao atravessarem a atmosfera”, explica o especialista. “Isso significa que eles têm uma camada muito fina de calor na parte externa e muito frio na parte interna.”

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Especialista diz estar cético sobre a chance de ser um meteorito, já que não há relatos de flashes de luz no local da colisão (Imagem: Andrew Melville-Smith)

Para Horner, o caso é desafiador. “Talvez seja algo que tenha caído de uma aeronave que estava sobrevoando”, disse ele. “Não estou dizendo que não seja um meteorito, apenas que há bons motivos para sermos céticos, já que pode ser apenas uma rocha de outra origem.”