Exclusão da matemática reflete a visão prática de Alfred Nobel, voltada as descobertas com impacto tangível na humanidade

Imagem: Abidkhan1290/Shutterstock

Outubro marca a temporada dos Prêmios Nobel, que celebram conquistas em física, química, medicina, literatura, paz e economia.

No entanto, uma disciplina notoriamente ausente é a matemática – e o motivo não tem nada a ver com ciúmes amorosos, como sugere a famosa lenda sobre Alfred Nobel e o matemático Gösta Mittag-Leffler. A razão é mais simples e reflete a visão prática de Nobel, como explica o IFLScience.

Prêmio Nobel em cima de superfície vermelha
Alfred Nobel ignorou a matemática em sua lista de prêmios, e a disciplina não tem uma categoria para ela até hoje (Imagem: Paramonov Alexander/Shutterstock)

Prêmio ignorou áreas consideradas teóricas

  • Químico e inventor da dinamite, ele acreditava que a ciência deveria gerar benefícios concretos para a humanidade.
  • Em seu testamento, Nobel determinou prêmios voltados a descobertas aplicadas – como avanços científicos, médicos e tecnológicos –, deixando de fora áreas consideradas teóricas, como a matemática.
  • O prêmio de Economia, por exemplo, só foi criado em 1969 pelo Banco Central da Suécia, décadas após sua morte.

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Criador dos prêmios mais prestigiados da ciência via a matemática como teórica demais – e preferiu celebrar avanços aplicados, como química e medicina – Imagem: Sashkin/Shutterstock

Visão de Alfred Nobel sobre a matemática

Nobel via a matemática como excessivamente abstrata, sem aplicação direta ao progresso material. Essa tendência se mantém até hoje: prêmios científicos costumam reconhecer experimentos e invenções tangíveis, como o tunelamento quântico e o aprendizado de máquina, em vez de teorias puras.

Além da matemática, outras áreas, como engenharia e ciências ambientais, também não têm categoria própria – embora muitas vezes sejam reconhecidas indiretamente pelos avanços que inspiram em física ou medicina.

Mesmo sem Nobel, os matemáticos têm seus próprios “Nobeis”: a Medalha Fields e o Prêmio Abel, e o consolo de que quase toda descoberta premiada depende, em última instância, da matemática.

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Idealista e pragmático, Alfred Nobel acreditava que apenas descobertas com impacto real deveriam ser premiadas (Imagem: Jeppe Gustafsson / Shutterstock.com)

Leandro Costa Criscuolo

Colaboração para o Olhar Digital

Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.

Layse Ventura

Editor(a) SEO

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Layse Ventura é jornalista (Uerj), mestre em Engenharia e Gestão do Conhecimento (Ufsc) e pós-graduada em BI (Conquer). Acumula quase 20 anos de experiência como repórter, copywriter e SEO.