Especialista em aviação explica que falhas técnicas em voos não são tão raras, mas dificilmente terminam em tragédias

(Imagem: Avesun/Shutterstock)

Apenas pensar na possibilidade de enfrentar problemas durante uma viagem de avião pode aterrorizar muita gente. Mas a verdade é que falhas técnicas em voos são muito mais comuns do que podemos imaginar.

Isso não quer dizer, no entanto, que você deve abandonar imediatamente as companhias aéreas. Acontece que estes problemas também não são tão assustadores ou fatais como nos filmes de Hollywood, por exemplo.

Avião decolando
Aviões contam com sistema de segurança altamente tecnológico (Imagem: muratart/Shutterstock)

Pilotos são treinados para evitar tragédias

  • Em artigo publicado no portal The Conversation, Guido Carim Junior, professor de aviação da Griffith University, na Austrália, explica que os pilotos são treinados para contornar as falhas.
  • As listas de verificação contêm instruções detalhadas sobre como lidar com cada um dos problemas.
  • Além disso, as aeronaves são construídas com camadas de redundância e os sistemas de alerta alertam os pilotos sobre qualquer coisa fora do normal.
  • É por causa de toda essa tecnologia que a enorme maioria dos voos que apresentam falhas não termina em tragédia.
  • Conheça a seguir quatro falhas consideradas comuns, mas que podem ser revertidas sem maiores desdobramentos.

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Tripulação é treinada para lidar com falhas durante as viagens (Imagem: ohayokung/Shutterstock)

Quatro falhas que podem acontecer durante os voos

A primeira falha citada pelo especialista é no sistema de pressurização. Ele é responsável por manter as cabines em condições perfeitas de temperatura e pressão para a sobrevivência dos passageiros. Caso ocorra qualquer problema, no entanto, os pilotos iniciam uma descida rápida e controlada para uma altitude de cerca de 10 mil pés. Após, geralmente fazem um pouso no aeroporto mais próximo para corrigir as falhas.

Outro problema comum são as falhas no motor. Depois de serem alertados pelo sistema de alerta, os pilotos identificam e desligam o dispositivo afetado. Após, descem para uma altitude apropriada. Em alguns casos, eles também pode fazer um pouso no aeroporto mais próximo. Também não é raro que aconteçam problemas hidráulicos durante o voo. Isso inviabiliza o movimento de alguns sistemas do avião. Nestes casos, as tripulações usam listas de verificação específicas e ajustam velocidades, distâncias e configurações de pouso para garantir um retorno seguro ao solo.

Protocolos de segurança visam levar a aeronave de volta ao solo com segurança (Imagem: frank_peters/Shutterstock)

Por fim, as famosas falhas no trem de pouso. Estes dispositivos são fundamentais para o retorno ao solo com segurança, reduzindo a velocidade da aeronave após o pouso. No entanto, também podem falhar. Em casos extremos, os pilotos podem ser obrigados a pousar na pista mais longa disponível ou de barriga, anunciando a preparação para um possível impacto programado e controlado.

A maioria das falhas em voo desencadeia uma cadeia de defesas destinadas a manter o voo seguro. Listas de verificação, treinamento extensivo e décadas de experiência são apoiados por várias redundâncias e design robusto. Uma descida dramática ou um pouso urgente não significam desastre. Geralmente significa que o sistema de segurança (aeronave + tripulação + lista de verificação + treinamento + redundância) está fazendo exatamente o que deveria fazer.

Guido Carim Junior, professor de aviação da Griffith University

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.