Governo chinês considera o setor como estratégico e projeta liderar o mercado de chips cerebrais até 2030
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Há anos os Estados Unidos dominam o mercado de chips cerebrais. Com a promessa de ajudar pessoas com algum tipo de paralisia e podem mudar por completo a vida delas, a Neuralink, de Elon Musk, já implantou alguns dispositivos em humanos.
No entanto, o empresário agora está observando um rápido avanço de startups chinesas. A Shanghai StairMed Technology, por exemplo, divulgou um vídeo de um paciente paraplégico jogando no computador usando apenas seus pensamentos.

China considera o setor como estratégico
Segundo informações do portal Bloomberg, o setor é considerado estratégico pelo governo da China. Em julho deste ano, Pequim prometeu apoio em pesquisas, ensaios clínicos e comercialização, diminuindo a burocracia envolvendo as empresas que atuam neste campo.
Este ano estamos vendo o que você pode chamar de uma fase explosiva de crescimento. Os EUA ainda mantêm a liderança quando se trata de desenvolvimento completo em nível de sistema. Mas estamos nos recuperando rapidamente e liderando em algumas áreas específicas.
Zhengtuo Zhao, fundador da chinesa StairMed

O presidente Xi Jinping estabeleceu um objetivo claro: estabelecer duas a três empresas líderes mundiais e um ecossistema completo até 2030. Com isso, a China prevê interfaces cerebrais incorporadas em itens do dia a dia, como fones de ouvido e óculos, sugerindo como a função pode se tornar um princípio central da tecnologia futura.
Neste cenário, investidores estão correndo para capitalizar os rápidos avanços da indústria. O financiamento de risco para o setor em 2025 já mais que dobrou em relação aos níveis de 2024, levantando pelo menos 1,1 bilhão de yuans (cerca de R$ 821 milhões).
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Neuralink enfrenta concorrência
- A maior empresa do mercado de chips cerebrais hoje é a empresa de Musk.
- Além de já ter implantando os dispositivos em humanos, a companhia já realizou diversos testes em animais, mas cerca de 1.500 deles acabaram morrendo.
- Isso motivou críticas ao uso dos dispositivos.
- Além disso, em um dos pacientes humanos os fios dos chips retraíram, reduzindo o número de eletrodos capazes de decodificar sinais cerebrais.
- A Neuralink conseguiu restaurar alguma funcionalidade ajustando o algoritmo para aumentar a sensibilidade, mas o caso gerou ainda mais discussões sobre a segurança e eficácia das operações.
Colaboração para o Olhar Digital
Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.