Comissão do Senado aprovou uma proposta que autoriza a venda de medicamentos no varejo; proposta agora será analisada pela Câmara

Imagem: reprodução/Agência Brasil

Já imaginou poder comprar remédios em supermercados? Pois saiba que isso pode se tornar realidade em breve. Nesta quarta-feira (17), a Comissão de Assuntos Sociais do Senado aprovou uma proposta que autoriza a venda de medicamentos no varejo.

O texto estabelece regras como a criação de espaços separados e a obrigação da presença física de farmacêuticos. Agora, a proposta será enviada para análise da Câmara dos Deputados. Se aprovada na Casa, ela ainda depende de sanção do presidente Lula para entrar em vigor.

Proposta agora será analisada pela Câmara (Imagem: Diego Grandi/Shutterstock)

Ampliação do acesso e redução dos preços

Segundo a projeto, os supermercados terão permissão para vender quaisquer tipos de medicamentos, dos sem prescrição aos de controle especial. Para funcionar, o espaço precisará seguir todas as normas de vigilância sanitária. A proposta ainda estabelece que que as farmácias poderão ser próprias do estabelecimento ou operadas por uma drogaria licenciada.

A autorização para venda de medicamentos é uma pauta antiga de entidades que representam supermercados e atacadistas. O assunto ganhou ainda mais força depois que as farmácias passaram a vender, com aval de leis estaduais, itens antes destinados aos mercados.

Supermercados terão que criar espaço específico para venda dos medicamentos (Imagem: Makistock/Shutterstock)

Para os varejistas, além de reagir ao avanço das farmácias sobre o setor, a venda de medicamentos nos supermercados também traz outros benefícios. É o caso da ampliação do acesso da população a remédios e da redução de preços que deverá ser causada pelo aumento da oferta.

Lembrando que a venda de medicamentos por supermercados foi autorizada por um breve período entre 1994 e 1995 graças a uma medida provisória do Plano Real. O Congresso, no entanto, revogou essa permissão, decisão que foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça em 2004. Hoje, existem farmácias apenas em hipermercados, mas estas têm operação e localização independente do varejo.

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Proposta exige presença de farmacêutico (Imagem: shutterstock/Aleksandar Malivuk)

Setor farmacêutico manifestou preocupações

  • Segundo informações do G1, a indústria farmacêutica alega que a medida poderia levar ao uso indiscriminado de medicamentos.
  • O setor ainda acredita que as farmácias poderiam sofrer grande impacto econômico.
  • Outra reclamação do segmento surtiu efeito.
  • Em agosto, o relator do projeto, senador Humberto Costa (PT-PE), fez alterações no texto original, restringindo a venda dos remédios a espaços reservados e estabelecendo a obrigatoriedade da presença física de farmacêuticos.
  • Além disso, ao permitir a venda de medicamentos com controle especial, inseriu no projeto que esse tipo de remédio somente poderá ser liberado depois de o cliente efetuar o pagamento.
  • Se o caixa estiver localizado em outro espaço do supermercado, o medicamento terá de ser transportado em embalagem lacrada e inviolável.
  • O presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Fábio Basílio, avaliou que as mudanças feitas pelo relator tornaram a proposta mais palatável e “bem melhor do que a proposta original”.

Alessandro Di Lorenzo

Colaboração para o Olhar Digital

Alessandro Di Lorenzo é formado em Jornalismo pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e atua na área desde 2014. Trabalhou nas redações da BandNews FM em Porto Alegre e em São Paulo.