Chefe do Google DeepMind afirma que a tecnologia está pronta para transformar a indústria farmacêutica e ajudar a tratar doenças como câncer
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Descobrir novos medicamentos costuma levar anos, com altos custos e uma taxa de fracasso enorme. Mas Demis Hassabis, vencedor do Prêmio Nobel de Química e chefe do Google DeepMind, acredita que esse cenário está prestes a mudar.
Em entrevista à Bloomberg, ele disse que, graças à inteligência artificial, esse processo poderá levar apenas “meses, em vez de anos” – e talvez até ser mais rápido.

Parcerias e avanços tecnológicos
- Hassabis também lidera a Isomorphic Labs, divisão da Alphabet criada em 2021 para transformar a descoberta de medicamentos.
- A empresa já fechou parcerias com as farmacêuticas Eli Lilly e Novartis e levantou US$ 600 milhões em investimentos neste ano.
- O foco inicial está em terapias para câncer e distúrbios imunológicos, condições que, segundo a diretora de design de medicamentos Rebecca Paul, são mais viáveis de traduzir em resultados clínicos com o apoio de IA.
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Desafios e expectativas
A tecnologia usada pela Isomorphic Labs tem como base o AlphaFold, sistema da DeepMind capaz de prever como proteínas se dobram e interagem – um avanço considerado histórico para a biologia.
Hassabis afirmou que sua equipe já trabalha em uma versão “muito mais avançada” do modelo, capaz de analisar interações além das proteínas.
Apesar do entusiasmo, nenhum medicamento desenvolvido com IA completou ensaios clínicos bem-sucedidos até agora. Hassabis disse, porém, que os primeiros candidatos a testes já estão prontos e que esse é apenas o começo de uma revolução na indústria farmacêutica.

Colaboração para o Olhar Digital
Leandro Criscuolo é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero. Já atuou como copywriter, analista de marketing digital e gestor de redes sociais. Atualmente, escreve para o Olhar Digital.