Você conhece? 8 animais brasileiros que beiram a extinção

O Brasil é conhecido por sua enorme diversidade de fauna, mas muitas espécies enfrentam sérios riscos devido à ação humana. A perda de habitat, a caça ilegal, as mudanças climáticas e a poluição ameaçam a sobrevivência desses animais.

Uma espécie é considerada ameaçada quando suas populações diminuem a ponto de comprometer sua sobrevivência futura. Apesar da existência de leis de proteção ambiental, a fiscalização limitada e a impunidade dificultam a preservação efetiva dessas espécies.

A seguir, conheça oito animais da fauna brasileira que enfrentam graves riscos, suas características e os desafios que comprometem sua sobrevivência.

Boto-cor-de-rosa

Boto-cor-de-rosa
Boto-cor-de-rosa / Crédito: Oceancetaceen (Wikimedia)

Também chamado de boto-vermelho, é o maior golfinho de água doce do mundo, habitando rios da Bacia Amazônica, Solimões e Araguaia. 

Os machos apresentam coloração mais intensa e maior tamanho que as fêmeas. Alimenta-se principalmente de peixes, além de tartarugas e caranguejos, e durante as cheias se desloca para áreas alagadas em busca de alimento. 

Apesar de não ser amplamente caçado, sofre com capturas acidentais em redes de pesca e mortalidade em cativeiro fora do seu habitat natural.

Onça-pintada

A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) classifica as onças-pintadas como espécie ameaçada de extinção. Crédito: Daiane Cris – Shutterstock

O maior felino das Américas, a onça-pintada é um predador essencial para o equilíbrio dos ecossistemas. Vive em florestas tropicais, áreas alagadas e regiões próximas a rios, caçando presas de grande porte.

Sua população enfrenta declínio devido à perda de habitat e à caça, sendo classificada como “quase ameaçada” pela IUCN. 

Além de seu papel ecológico, a onça possui forte presença cultural entre povos indígenas e comunidades do Pantanal.

Mico-leão-dourado

Imagem de um Mico-Leão-Dourado
Imagem de um Mico-Leão-Dourado / Crédito: Khass 2000/Flickr. (uso livre/reprodução)

Endêmico da Mata Atlântica, o mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é reconhecido pela pelagem dourada e pela juba característica. Vive em grupos de até nove indivíduos e se alimenta de frutos, néctar e pequenos animais. 

A espécie está ameaçada principalmente pela fragmentação do habitat, mas programas de conservação e reprodução em cativeiro têm contribuído para sua recuperação, com cerca de 3.200 indivíduos em liberdade. 

Considerado espécie-bandeira, simboliza a luta pela preservação da Mata Atlântica. Você deve reconhecê-lo das notas de R$ 20.

Tatu-canastra

Tatu-canastra
Tatu-canastra / Crédito: Guillaume Delaitre (Wikipedia)

Também conhecido como tatuaçu, é o maior tatu vivo, podendo ultrapassar 1 metro de comprimento. 

Alimenta-se principalmente de cupins e formigas e possui baixa taxa reprodutiva, com geralmente apenas uma cria por ano. 

A espécie é vulnerável devido à perda de habitat, caça, queimadas e atropelamentos, sendo estimado que sua população tenha diminuído entre 30% e 50% nas últimas três décadas.

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Lobo-guará

Crédito: Esmeralda Edenberg, via Shutterstock.

O lobo-guará (Chrysocyon brachyurus) é o maior canídeo da América do Sul, com até 90 cm de altura e 30 kg. Habita o Cerrado brasileiro e regiões da América do Sul, sendo solitário e crepuscular. 

Alimenta-se de frutos e desempenha papel crucial na dispersão de sementes. Enfrenta ameaças como destruição do Cerrado, atropelamentos, caça e doenças de cães domésticos, e estima-se que existam apenas 23 mil indivíduos. 

Apesar disso, é símbolo de conservação e aparece na cédula de 200 reais.

Anta

Anta
Anta fotografada no Pantanal / Crédito: Charles J. Sharp (Wikimedia)

A anta (Tapirus terrestris), maior mamífero terrestre do Brasil, vive em florestas e áreas abertas próximas a rios. Possui reprodução lenta, com gestação superior a 400 dias e geralmente apenas um filhote por vez. É frugívora e fundamental na dispersão de sementes. 

A espécie está listada como vulnerável pela IUCN e enfrenta ameaças como desmatamento, caça e doenças transmitidas por animais domésticos. 

No Pantanal e na Amazônia, suas populações são relativamente estáveis, mas em outros biomas seu estado de conservação varia de vulnerável a criticamente em perigo.

Ariranha

Ararinha
Ararinha / Crédito: Steve Slater (Animalia)

A ariranha (Pteronura brasiliensis), também chamada de lontra-gigante, é o maior mustelídeo do mundo, podendo atingir 1,7 metro de comprimento. É social e vive em grupos familiares, alimentando-se principalmente de peixes. 

A espécie sofreu forte declínio devido à caça por sua pele e à perda de habitat, sendo listada como ameaçada pela IUCN. Medidas de proteção e recuperação de habitats têm possibilitado sinais de recuperação populacional.

Mero-preto

Mero-preto
Mero-preto – espécime avistado em 2009 / Crédito: Albert Kok (Wikimedia)

Também chamado de badejão ou garoupa-preta, o mero-preto (Epinephelus itajara), é um dos maiores peixes ósseos do mundo. 

Adultos vivem em recifes rochosos, enquanto juvenis dependem de manguezais como berçário natural. 

A espécie é altamente vulnerável à pesca excessiva, exploração de agregações de desova e degradação dos manguezais, sendo considerada vulnerável pela IUCN. Programas de conservação incluem moratórias de pesca e monitoramento de habitats críticos.