Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a NASA anunciou nesta semana que o rover o Perseverance encontrou possíveis indícios de vida passada em Marte. A descoberta foi revelada pela agência em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira (10). Um artigo publicado na revista Nature no mesmo dia descreve os detalhes do achado.
No ano passado, o rover coletou uma amostra de rocha chamada “Cânion Safira” na cratera Jezero (local que vem explorando desde que pousou em fevereiro de 2021), mais especificamente na borda oeste, numa região chamada Neretva Vallis.

Achado não é prova definitiva de vida passada em Marte
Nessa área, que bilhões de anos atrás era um vale de rio, existe uma unidade geológica conhecida como “Bright Angel”, constituída por rochas ricas em argila que contêm compostos químicos, como fósforo e ferro em formas que, na Terra, costumam estar associados à presença de matéria orgânica ou à atividade biológica. Também foram observadas manchas pontilhadas nas rochas – comparadas a sementes de papoula e pele de leopardo – que, segundo especialistas, poderiam se assemelhar a fósseis de microrganismos subterrâneos.
A combinação dos minerais encontrados sugere a existência de reações químicas complexas no passado, em condições de temperatura baixa e sem oxigênio, que poderiam ter possibilitado metabolismo microbiano. No entanto, os cientistas fazem questão de enfatizar que isso não é uma prova conclusiva de vida, já que os sinais podem ter origem abiótica, ou seja, sem envolver organismos vivos.

Trazer essas amostras para uma análise aprofundada em laboratórios na Terra permitiria confirmar ou refutar a hipótese biológica – um esforço que, no momento, tem enfrentado dificuldades logísticas e orçamentárias.
O Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (12) vai repercutir essa grande descoberta, que mesmo não sendo uma comprovação definitiva de vida marciana, amplia nossa compreensão do passado geológico de Marte e reforça as expectativas de que o planeta já teve ambientes habitáveis.
Para falar sobre todos os detalhes envolvidos nessa que foi a grande revelação astronômica da semana, o programa recebe uma especialista em astrobiologia. Ana Carolina Souza Ramos de Carvalho é graduada em Ciências Biológicas Modalidade Médica pela Universidade de Santo Amaro (UNISA), com mestrado, doutorado e pós-doutorado em Biotecnologia pela Universidade de São Paulo (USP).

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Como assistir ao Programa Olhar Espacial
Apresentado por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Bramon e coordenador nacional do Asteroid Day Brasil, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTube, Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), LinkedIn e TikTok.