Valter Hugo Mãe sobre adaptação de O Filho de Mil Homens: “Filme do ano”

Renomado escritor, Valter Hugo Mãe celebrou a adaptação de uma de suas obras mais conhecidas, O Filho de Mil Homens (Ed. Biblioteca Azul), para o cinema. O longa, dirigido por Daniel Rezende e estrelado por Rodrigo Santoro, será lançado pela Netflix em 2025.

O autor esteve em Brasília para participar do Sempre Um Papo, programa cultural que incentiva o hábito da leitura com encontros entre escritores e jornalistas. Na ocasião, dividiu a mesa com a escritora Ana Maria Gonçalves e ambos concederam entrevista ao Metrópoles.

Publicado em 2011, o livro conta a história de Crisóstomo, um pescador de 40 anos que sonha em formar uma família. Sua vida muda com a chegada de Camilo, um jovem órfão, e Isaura, uma mulher rejeitada, dando origem a um núcleo familiar pouco convencional.

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Valter revelou que acompanhou o resultado final da adaptação, mas preferiu não interferir no processo criativo: “Eu fiquei afastado. Tive medo de querer que o filme acompanhasse meus caprichos, meus sonhos, porque não sou diretor de cinema. Achei que a forma mais decente de respeitar o trabalho do Daniel [Rezende] e de toda a produção era ficar de fora”, contou.

Apesar do distanciamento, o escritor não escondeu o entusiasmo: “Vai ser o filme do ano, vai ser o melhor da década. Por isso, não deixem seus filmes estrearem nesta década”, brincou, arrancando risos de Ana Maria Gonçalves, que também sonha em ver sua obra Um Defeito de Cor adaptada.

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Livro O Filho de Mil Homens, de Valter Hugo Mãe (Ed. Biblioteca Azul)

Divulgação

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Adaptação de Um Filho de Mil Homens, da Netflix

Marcos Serra Lima / Netflix

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Valter Hugo Mãe, escritor do Livro Filho de Mil Homens (Ed. Biblioteca Azul)

Divulgação/Lucilia Monteiro

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Valter Hugo Mãe participou do Sempre Um Papo em Brasília

Divulgação/Sempre Um Papo

Futuro sucesso da adaptação

Antes mesmo de estrear no Brasil, O Filho de Mil Homens está entre os longas brasileiros que estão habilitados para concorrer a uma indicação ao Oscar 2026.

O filme, com produção da Netflix, disputa a vaga ao lado dos filmes O Agente Secreto, de Kleber Mendonça Filho, O Último Azul, de Gabriel Mascaro, e outros 15 longas. Apenas um deles será levado pela Academia por uma chance de concorrer à categoria de Melhor Filme Internacional.

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Questionado sobre como o escritor se sente ao ver o livro adaptado e selecionado para a lista, Valter voltou a dizer que acredita no sucesso da obra. “Vai ganhar o Oscar, até tenho pena de não ter feito nada, porque se eu fizesse alguma coisa, nem que fosse passar no fundo eu ia ganhar o Oscar da pessoa que passou no fundo. Mas eu fui muito bobo, eu fiquei muito longe, então não vou ganhar nada”, brincou.

Para ele, contudo, a produção fez escolhas decisivas na hora de realizar o filme. Um dos exemplos, é as escolhas de como retratar os personagens e os atores selecionados. Valter refletiu sobre como não mencionou características de nenhum deles na trama, mas que nas telonas, a escolha do diretor refletiu uma brasilidade maior.

“No meu livro eu não falo de quem são as pessoas eu digo os nomes das pessoas, mas eu não caracterizo as pessoas. E o Daniel [Rezende] decidiu que a Isaura, que é uma das figuras centrais, é uma mulher negra e a sua família é negra. E então há uma brasilidade que se levanta no filme da qual eu tenho muito, muito orgulho”, pontuou.

A obra ainda não tem data de estreia, mas está confirmada para ser lançada pela Netflix mundialmente ainda em 2025.