A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (28/8), a Operação Carbono Oculto, que apura um bilionário esquema de lavagem de dinheiro comandado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os 350 alvos em todo o país, pelo menos 42 endereços estão localizados na região da avenida Faria Lima, centro financeiro de São Paulo.
A investigação aponta que o grupo criminoso utilizava fintechs, fundos de investimento e corretoras para movimentar recursos ilícitos e dificultar o rastreamento. De acordo com a PF, cerca de 40 fundos de investimento teriam sido usados para blindar os valores, aplicando camadas de ocultação para impedir a identificação dos verdadeiros beneficiários.
EM CAMPO Polícia Federal: operação investiga esquema bilionário de lavagem de dinheiro do PCC (Divulgação/PF/VEJA.com)
Empresas envolvidas
A Reag Investimentos, uma das maiores gestoras independentes do país e listada na B3, está entre as instituições financeiras investigadas. Até o momento, a empresa não se manifestou sobre a operação.
Outra companhia alvo da ação é a BK Bank, instituição de pagamentos que, segundo a Receita Federal, movimentou quase R$ 18 bilhões em operações suspeitas.
O prejuízo estimado aos cofres públicos chega a R$ 2 bilhões em impostos federais sonegados. Já o governo de São Paulo solicitou à Justiça o bloqueio de R$ 7,7 bilhões referentes a tributos estaduais não pagos.
Megaoperação integrada
A força-tarefa conta, além da Polícia Federal, com a participação da Receita Federal, Ministério Público de São Paulo (Gaeco), Ministério Público Federal, Polícias Civil e Militar, Secretaria da Fazenda e Planejamento de SP (Sefaz/SP), Agência Nacional do Petróleo (ANP) e Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SP).
Em nota, a PF explicou o funcionamento do esquema:
“As operações financeiras eram realizadas por meio de fintechs, em vez de bancos tradicionais, com o objetivo de dificultar o rastreamento. Por fim, o lucro auferido e os recursos lavados do crime eram blindados em fundos de investimentos com diversas camadas de ocultação de forma a tentar impedir a identificação dos reais beneficiários.”
📌 Fonte: Revista Veja
✍️ Redação ContilNet Notícias
