Na tarde desta quinta-feira (7), equipes da Polícia Civil do Acre localizaram dois corpos carbonizados e fragmentos ósseos em meio aos destroços de uma casa incendiada na área rural da Vila Mapajo, zona de fronteira entre o município de Capixaba e o território boliviano. As primeiras informações indicam que os restos mortais podem ser de presos que haviam escapado recentemente do Presídio Francisco de Oliveira Conde, em Rio Branco. A cena do crime é considerada extremamente perturbadora: porcos criados no local podem ter se alimentado de partes dos corpos.

A grande quantidade de porcos soltos no entorno levantou uma suspeita macabra: Foto/ Reprodução
O imóvel, tomado pelo fogo durante a madrugada, estava completamente destruído quando os agentes chegaram. Testemunhas relataram ter visto o incêndio ainda durante a noite. Segundo os investigadores, ao menos cinco brasileiros estariam na casa no momento da ação criminosa. Até agora, foram identificados dois corpos praticamente consumidos pelas chamas, além de ossos e um crânio humano espalhados em diferentes pontos do terreno.
A grande quantidade de porcos soltos no entorno levantou uma suspeita macabra: os animais teriam devorado os cadáveres e espalhado os restos mortais em áreas de mata e até mesmo em córregos da região. Um agente que atua no caso destacou: “É uma linha de investigação concreta. A presença dos porcos e o estado dos restos mortais indicam que os animais podem ter sido usados para ocultar os corpos”.
As autoridades trabalham com a hipótese de que os assassinatos tenham sido motivados por conflitos internos dentro da própria facção criminosa Comando Vermelho, à qual as vítimas estariam ligadas. Informações extraoficiais sugerem que o grupo teria se desentendido após a realização de um crime na Bolívia, o que teria provocado a retaliação e a execução dos foragidos, seguida da incineração dos corpos como forma de ocultação.
Desde o dia anterior, quarta-feira (6), a polícia já realizava um monitoramento da região, em cooperação com forças de segurança bolivianas. Conforme apurado, fazendeiros com vínculos com a facção estariam fornecendo abrigo a criminosos foragidos em áreas isoladas no lado boliviano da fronteira. Com permissão oficial das autoridades locais, agentes da Polícia Civil de Plácido de Castro cruzaram a divisa internacional para dar continuidade às buscas.
As investigações apontam que pelo menos 15 fugitivos ainda estejam escondidos em áreas de mata fechada na região de fronteira. Os corpos resgatados foram encaminhados ao Instituto Médico Legal (IML), em Rio Branco, mas a identificação oficial depende da realização de exames de DNA.
O caso está sendo tratado como homicídio qualificado, com indícios de ocultação e destruição de cadáveres. A Polícia Civil não descarta a possibilidade de novas prisões nos próximos dias.
