TJ mantém preso “Nego Pitter”, líder do CV flagrado em tentativa de execução no Acre

A decisão do desembargador considerou a gravidade dos fatos, a posição de liderança de Pitter dentro da organização criminosa e o risco de reiteração delitiva

A Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Acre (TJAC) negou, na quinta-feira (31), um habeas corpus solicitado pela defesa de Pitter Santos de Souza, conhecido como “Nego Pitter” ou “Dubai”, apontado como uma das principais lideranças da facção criminosa Comando Vermelho no estado. Ele e outros quatro homens foram presos em flagrante em maio deste ano, durante uma tentativa de execução no Segundo Distrito de Rio Branco.

O TJ negou a liberdade do líder de facção/Foto: Reprodução

A decisão foi proferida pelo desembargador Samuel Evangelista, relator do caso, que considerou a gravidade dos fatos, a posição de liderança de Pitter dentro da organização criminosa e o risco de reiteração delitiva. A defesa havia solicitado a substituição da prisão preventiva por prisão domiciliar, alegando problemas de saúde, mas o magistrado destacou que o réu cumpre pena de 32 anos de reclusão e que sua liberdade, ainda que condicionada, poderia favorecer a prática de novos crimes.

Pitter foi preso em uma residência localizada no ramal do Benfica, na região da Vila Acre, onde a Polícia Militar encontrou um homem amarrado prestes a ser executado em uma sessão do chamado “tribunal do crime”. A vítima, Wellison Júlio da Silva, de 28 anos, havia sido sequestrada horas antes, suspeito de envolvimento em um roubo à casa de Nathan Feitosa Machado, de 26 anos — um dos comparsas presos na operação.

De acordo com a investigação, Nathan teria convocado membros do Comando Vermelho para punir Wellison. A PM cercou a residência e realizou o flagrante. Durante a abordagem, Pitter tentou fugir e se desfazer de uma pistola, mas foi detido no local.

Além de Pitter e Nathan, foram presos Marcos Soares Castro, 37 anos; John Max da Silva Barros, 29 anos; e Joel da Silva Nepomuceno de Almeida, 24 anos. Todos, segundo a Polícia Militar, têm envolvimento com a facção e atuam em diferentes áreas de Rio Branco.

O roubo que motivou o sequestro ocorreu na noite anterior à prisão. Cinco homens encapuzados invadiram a casa de Nathan, amarraram sua esposa, ameaçaram os filhos do casal e roubaram dinheiro, joias e uma arma de fogo. Após a prisão, Nathan confessou ter organizado o sequestro e a tentativa de execução como forma de retaliação.