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Vídeos mostram sargento da PM usando arma para aterrorizar mulheres em cobrança de dívidas

Vídeos mostram sargento da PM usando arma para aterrorizar mulheres em cobrança de dívidas

O celular do sargento da Polícia Militar de Goiás, Hebert Póvoa, apreendido em uma operação recente, revelou um padrão alarmante de violência e humilhação. Vídeos encontrados no dispositivo mostram o militar coagindo e aterrorizando mulheres com o cano de uma pistola na cabeça durante a cobrança de dívidas de agiotagem.

As gravações expõe a crueldade da organização criminosa liderada pelo sargento e sua esposa, a advogada Tatiane Meireles.

Assista o vídeo: 

O padrão de violência

Os materiais em vídeos encontrados na galeria do aparelho de Póvoa aponta para uma sistemática de crueldade. As gravações demonstram o sargento esfregando o cano de uma pistola equipada com lanterna na cabeça de mulheres em pânico.

Em todos os incidentes, as vítimas se encontravam em estado de profunda vulnerabilidade, sendo submetidas a intensas ameaças. As cobranças ilícitas eram efetuadas pelo grupo por valores supostamente devidos ao esquema de agiotagem. Três dessas vítimas foram formalmente identificadas pela investigação.

O sargento Póvoa, conforme indicam as apurações, mantinha um registro dessas cenas, demonstrando uma satisfação em filmar o momento em que as mulheres choravam, imploravam e se encontravam acuadas. Em um dos casos mais graves, uma das mulheres sequer tinha conhecimento da dívida, que havia sido contraída por seu marido.

O “ritual” da extorsão

Nas imagens analisadas pela Polícia Civil, as vítimas são vistas encurraladas em ambientes fechados, enquanto o policial pressiona a arma contra seus rostos, profere insultos e as força a admitir débitos que, em algumas situações, eram desconhecidos por elas.

Os investigadores classificaram esse comportamento de filmar as mulheres tentando se justificar em meio a lágrimas como “ritualístico e de absoluto domínio psicológico”, evidenciando o prazer do militar em registrar a submissão e o terror imposto.

A prisão

A descoberta desse vasto material sádico faz parte da operação deflagrada na última sexta-feira(28), pela 5ª Delegacia Regional de Luziânia, no entorno do Distrito Federal. A ação policial resultou na detenção de seis indivíduos envolvidos no esquema criminoso, que respondem por crimes como agiotagem, extorsão, tortura mediante sequestro e lavagem de dinheiro.

Os envolvidos

Além do sargento Hebert Póvoa, apontado como o principal articulador das agressões e da extorsão. Foram presos, a advogada Tatiane Meireles, esposa do sargento e participante ativa das ações e quatro policiais, sendo dois militares e dois civis.

A investigação teve início após uma denúncia formal feita pela própria Polícia Militar de Goiás, que detectou indícios da participação do sargento em atividades ilícitas.

A participação da esposa do sargento

Segundo a investigação, a advogada Tatiane Meireles não apenas fornecia suporte jurídico para tentar blindar o grupo, mas também participava ativamente das agressões. Em um dos vídeos, ela é vista golpeando repetidamente uma vítima e gritando:

Levanta! Levanta o braço, p*!”.

Em outro registro, a advogada aparece conduzindo uma “oração do dinheiro” sobre maços de notas ilícitas. Na filmagem, ela pede a Deus que o dinheiro arrecadado com as cobranças violentas “retorne” e seja “multiplicado“.

Sargente Hebert Póvoa e Tatiane Meireles || Reprodução: Redes Sociais

Sargento Hebert Póvoa e Tatiane Meireles || Reprodução: Redes Sociais

Objetos apreendidos

Durante as buscas realizadas na operação, as equipes policiais apreenderam: diversas armas de fogo, objetos usados nas sessões de agressão, uma quantia em dinheiro espécie aproximada de R$10 mil e os vídeos armazenados com o intuito de chantagearem as vítimas.

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