Novos vídeos mostram os três técnicos de internet que foram executados na última terça-feira (16) em Salvador na Bahia. As investigações apontam que os profissionais foram mortos por uma facção criminosa após a provedora para a qual trabalhavam sofrer ameaças de extorsão, conhecidas como “pedágio”, para atuar em áreas dominadas pela tráfico de drogas.
Nas imagens divulgadas pela página SSA Real Notícias, as vítimas, identificadas como Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, Jackson Santos Macedo, de 41, e Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 anos, aparecem sendo monitorados por suspeitos enquanto fazem instalações no local.
Em certo momento, um homem chega a mostrar outros dois comparsas e um panfleto da empresa Planet internet detalhando os serviços prestados, incluindo a instalação de câmeras, o que gerou desconfiança do autor das imagens.
Em outro trecho das imagens, ele registra os equipamentos de monitoramento que teriam sido instalados pelos profissionais, fazendo xingamentos e referência à facção criminosa.
Áudios reveladores
Áudios atribuídos ao caso indicam que a empresa tinha ciência das ameaças e teria acompanhado, por chamada de vídeo, a tortura das vítimas.
“Fizeram chamada de vídeo para ele, mostrando o que estava acontecendo, pedindo um valor para liberar, e ele não pagou. Disse que não ia baixar a cabeça para facção”, relata um dos áudios.
Outras mensagens indicam que os técnicos teriam sido torturados durante a chamada de vídeo, enquanto os criminosos exigiam o pagamento de R$ 8 mil para a liberação das vítimas.
“Estavam mostrando tudo na chamada de vídeo, torturando os caras, e mesmo assim ele não quis pagar. Não era uma quantia alta, eram R$ 8 mil por três funcionários que estavam sendo torturados. O mundo está perdido”, diz outro trecho do material.
Investigações
Durante coletiva de impressa, o secretario de segurança pública, Marcelo Werner, afirmou que todos os esforços de investigação estão sendo empreendidos para encontrar os responsáveis pelo triplo homicídio de trabalhadores de um provedor de internet, ocorrido no Alto do Cabrito.
“Posso garantir a vocês que nós não descansaremos até chegarmos aos responsáveis. As investigações correm sob sigilo, desde que soubemos desse fato brutal, criminoso, covarde, nós colocamos o policiamento intensivo naquela localidade, intensivo em outra localidade que eventualmente é onde eles teriam sido arrebatados por esses criminosos, covardes. Nós fizemos o reforço do policiamento, fizemos, estamos realizando com equipes hoje, agora em campo da Polícia Civil, do Departamento de Polícia Técnica, da Polícia Científica para que a gente possa fazer elucidação”, declarou Marcelo Werner, na última quarta-feira (17).
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