Vídeos gravados por vizinhos mostram como ficou o imóvel onde morava o casal Alex Marcondes do Carmo (31) e Priscila Evelin dos Santos Barbosa (37), mortos durante uma operação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). A ação ocorreu na manhã de terça-feira (16), em um assentamento localizado em Bauru, no interior de São Paulo. As informações foram divulgadas pelo portal Metrópoles.
Alex era alvo de um mandado de prisão temporária. Já o boletim de ocorrência que registra as mortes decorrentes de intervenção policial não cita a existência de ordem judicial contra Priscila, que estava grávida de quatro meses. Procurado, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou que os pedidos relacionados ao caso tramitam em segredo de Justiça.
Imagens mostram casa revirada
As gravações feitas por moradores da região revelam o estado do imóvel após a operação. As imagens, que tiveram partes borradas devido à grande quantidade de sangue, mostram a residência revirada, com manchas espalhadas pelo banheiro, entrada e quarto. Vizinhos também relataram forte odor no local após a ação.
Segundo moradores, antes da entrada da Polícia Militar na casa, os agentes teriam cortado o fornecimento de energia elétrica da região. A suspeita é de que a medida tenha sido adotada para desligar uma câmera de monitoramento instalada em um poste da rua. A concessionária CPFL foi questionada sobre possível registro de interrupção no fornecimento, mas ainda verificava as informações até a publicação da reportagem.
Operação contra o PCC
A ação faz parte da Operação Disneylândia, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, com apoio da Polícia Militar. O objetivo foi cumprir mais de 40 mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária contra integrantes do PCC em diferentes cidades do interior paulista.
De acordo com informações oficiais, sete pessoas foram presas em flagrante e houve a apreensão de cerca de duas mil porções de cocaína, 120 tijolos de maconha, sete armas de fogo e munições. As notas divulgadas pelos órgãos não mencionam as mortes ocorridas durante a operação.
Mortes sem câmeras corporais
Conforme os boletins de ocorrência, os cinco óbitos registrados durante a operação aconteceram antes da chegada do Gaeco aos locais. A documentação também aponta que os policiais militares envolvidos não utilizavam câmeras corporais no momento das ações.
Em Bauru, o registro policial afirma que Alex e Priscila foram “neutralizados” por agentes da Força Tática. Com eles, teriam sido apreendidas duas pistolas, carregadores e munições. O BO não detalha a dinâmica do confronto.
Outras mortes foram registradas em cidades como Tupã e Garça, também durante o cumprimento de mandados. Em todos os casos, segundo a polícia, houve reação armada dos suspeitos. Nenhum policial ficou ferido nas ações.
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