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Vaza laudo onde médica assumiu erro que matou Benício e depois tentou alterar prescrição

Vaza laudo onde médica assumiu erro que matou Benício e depois tentou alterar prescrição

A médica Juliana Brasil, responsável por administrar adrenalina na veia do menino Benício, de seis anos, admitiu ter cometido um erro grave tanto em mensagens de WhatsApp quanto no prontuário médico, ao qual a CNN Brasil teve acesso. Segundo a investigação da Polícia Civil do Amazonas, após a morte da criança, a médica ainda tentou alterar sua própria prescrição para apagar o registro de adrenalina por via endovenosa — atitude que, segundo testemunhas, seria uma tentativa de se isentar de culpa.

No prontuário original, Juliana Brasil declara que “prescreveu erroneamente adrenalina por via endovenosa”. Mesmo assim, ela tenta atribuir a responsabilidade à mãe da criança, dizendo que teria orientado verbalmente o uso da adrenalina por via inalatória: “Inclusive a mesma alertou e insistiu tal orientação antes da administração por via venosa”, escreveu.

A mãe de Benício, porém, relatou em depoimento que alertou repetidas vezes a equipe médica de que a prescrição estava equivocada — ainda assim, a técnica de enfermagem aplicou exatamente o que constava na receita assinada pela médica: adrenalina via endovenosa, como comprovado no prontuário de atendimento.

O delegado responsável pelo caso, Marcelo Martins, afirmou que há indícios claros de que Juliana tentou adulterar o documento após a morte do menino para remover a indicação da administração errada.

O caso

Benício Xavier Freitas, de 6 anos, morreu no dia 23 de novembro, após receber atendimento no Hospital Santa Júlia, em Manaus. Ele havia sido levado pelos pais com suspeita de faringite. Segundo a família, a médica plantonista prescreveu adrenalina intravenosa, e logo após a aplicação o menino começou a passar mal.

A família denunciou demora no atendimento mesmo após o agravamento do quadro. Em entrevista à TV A Crítica, o pai de Benício relatou que o menino sofreu três paradas cardíacas antes de morrer:
“Ajoelhei ao lado do leito, rezei, gritei, pedi para ele voltar… Na terceira vez percebi que ele já estava sofrendo. Saí para avisar minha esposa. Em seguida, a médica veio e disse que ele havia falecido.”

A Polícia Civil segue investigando o caso como possível erro médico, adulteração de documento e negligência.

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