Juruá Informativo

Tenente do Exército percorre 64 km entre municípios do Juruá para se despedir da região

O tenente do Exército Brasileiro Gustavo Plakitika realizou, no último fim de semana, um percurso de 64,13 quilômetros entre Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, em uma corrida que marcou sua despedida da região do Juruá. Lotado no Pelotão Especial de Fronteira e integrante do quadro de oficiais do 61º Batalhão de Infantaria de Selva (61 BIS), o militar viveu por três anos na cidade e decidiu encerrar sua passagem com um desafio que, segundo ele, simboliza sua trajetória e seus aprendizados.

Plakitika iniciou o trajeto à meia-noite e concluiu às 9h40 do dia seguinte, totalizando 9 horas e 44 minutos de esforço físico e mental. Ele percorreu pontos conhecidos da região, como o Igarapé Preto, o aeroporto de Cruzeiro do Sul e as cidades vizinhas, retornando ao ponto de partida ao amanhecer. Parte do caminho foi corrida; outra, caminhada, enquanto apreciava a paisagem e refletia sobre sua experiência na região.

Ao relatar o maior aprendizado da jornada, o tenente afirmou ter percebido, durante todo o planejamento, que muitas pessoas tentaram desmotivá-lo a realizar o desafio. Comentários sobre riscos, insegurança, falta de preparo e até sugestões para desistir foram comuns.

“Conforme mais pessoas eu chamava, mais percebia que, além de não quererem ir, ainda me desmotivavam. Diziam que era perigoso, que eu poderia ser atropelado, assaltado, ou que seria melhor sair para beber. Alguns afirmavam que eu nem conseguiria, porque não estava treinando”, contou.

Mesmo diante das dúvidas e dos alertas, o militar decidiu seguir em frente. No caminho, enfrentou medo, cansaço, dores e momentos de vontade de desistir. “Durante a caminhada pensei em pegar carona, quase sentei no chão para descansar, mas nada era maior do que meu objetivo simples de chegar”, relatou.

Para ele, a experiência representou uma metáfora da vida: obstáculos e opiniões contrárias sempre existirão, mas a persistência e a coragem são fundamentais para alcançar qualquer objetivo. “Sonhamos com algo e muitos dizem que será impossível. Mas cabe a nós decidirmos se vamos fazer ou não. Se tivermos foco e agirmos apesar do medo, vamos chegar.”

Ao concluir o trajeto, Plakitika reforçou que a caminhada simboliza sua gratidão pelo período em que viveu no Acre e seu desejo de inspirar outras pessoas. “Foi a despedida de uma cidade que me abrigou muito bem. Espero que meu exemplo desperte em cada um a chama interior para perseguir seus sonhos, por mais difíceis que pareçam. Basta seguir um passo após o outro”, finalizou.

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