O homem acusado de atropelar e arrastar a ex-companheira na Marginal Tietê, na zona norte de São Paulo, disse à Polícia Civil que suspeitou de um problema mecânico no carro antes de acelerar e deixar o local. Em depoimento na segunda-feira (1), Douglas Alves da Silva, 26 anos, alegou que o veículo “não ia para frente” e afirmou que não percebeu que Tainara Souza Santos estava presa entre as rodas.
Segundo Douglas, ele havia se envolvido em uma briga em um bar, na noite de sexta (28), e deixou o local após receber uma garrafada e ser ameaçado. Ele contou que viu Tainara com outro rapaz, fez uma manobra e “acabou batendo o carro nela”. O suspeito garantiu ainda que pessoas tentaram alertá-lo, mas que acelerou por medo de ser agredido.
A Polícia Civil afirma que a versão apresentada no depoimento não corresponde às informações reunidas no inquérito. Para os investigadores, Douglas conhecia Tainara, com quem teria mantido um relacionamento esporádico, e o crime foi motivado por ciúmes.
O delegado Augusto Bícego declarou que o suspeito não parou o carro e que Tainara só se desprendeu quando o corpo se soltou do veículo. Um amigo do acusado teria pedido diversas vezes para que ele parasse durante o trajeto.
Após o crime, Douglas foi orientado por um advogado a deixar o veículo longe do local. Ele teria entregue o carro na casa de um ex-sogro e se hospedado em um hotel, onde foi preso no dia seguinte. No momento da detenção, ele avançou contra um policial e foi baleado no braço.
Estado de saúde da vítima
Câmeras de segurança flagraram o momento em que Tainara é atingida e arrastada pelo carro. Ela permanece internada em uma UTI. De acordo com familiares e amigos, a jovem passou por cirurgia e precisou ter as duas pernas amputadas.
A amiga de infância, Letícia Dias, relatou que os ferimentos causados pelo arrasto no asfalto resultaram em amputações em alturas diferentes e que a vítima ainda passará por novo procedimento de enxerto de pele.
Tainara é descrita por familiares como uma pessoa carinhosa, trabalhadora e dedicada aos dois filhos, de 12 e 8 anos. Eles afirmam que ela planejava mudanças profissionais antes da tragédia e que sempre priorizou a convivência com a família e amigos.
Família pede justiça
Os advogados de Tainara, Fabio Costa e Wilson Zaska, afirmaram que a família espera que o caso “não fique impune” e que vão lutar para responsabilizar o suspeito.
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