Lindemberg Alves Fernandes, condenado pelo assassinato de Eloá Cristina Pimentel, pode deixar a prisão nesta terça-feira (16) para a saída temporária de Natal. Atualmente em regime semiaberto, ele cumpre pena na Penitenciária Dr. José Augusto César Salgado (P2 de Tremembé) e tem autorização para retornar a Santo André, no ABC Paulista, cidade onde o crime foi cometido.
Segundo informações do sistema prisional, Lindemberg trabalha e estuda dentro da unidade, o que lhe garante o direito às saídas temporárias e à remição de pena por atividades laborais e educacionais. Após decisões judiciais, sua condenação inicial foi reduzida, e ele cumpre atualmente uma pena de aproximadamente 39 anos de reclusão, enquanto segue em progressão no regime prisional com o objetivo de diminuir o tempo de encarceramento.
O crime
Foto: Reprodução
O caso ocorreu em 13 de outubro de 2008, quando Lindemberg, então com 22 anos, invadiu o apartamento da ex-namorada Eloá Cristina Pimentel, de 15 anos, no bairro Jardim Santo André, em Santo André (SP). No local, ele manteve Eloá e outros três colegas em cárcere privado, dando início a um dos episódios criminais mais acompanhados do país.
Após mais de 100 horas de sequestro, na noite de 17 de outubro, equipes do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) e da Tropa de Choque da Polícia Militar de São Paulo explodiram a porta do imóvel após ouvirem um disparo de arma de fogo. Durante os cerca de 15 segundos entre a explosão e a entrada dos policiais, Lindemberg atirou contra as vítimas.
Eloá foi atingida na cabeça e na virilha e teve morte cerebral confirmada dias depois. Nayara Rodrigues, outra adolescente mantida refém, foi baleada no rosto, mas sobreviveu.
Julgamento e condenação
Lindemberg – Caso Eloá (Foto: Reprodução)
Lindemberg foi submetido a júri popular em 13 de fevereiro de 2012, mais de três anos após o crime. O julgamento durou três dias, com oitiva de testemunhas e debates entre o Ministério Público e a defesa.
Ao final, o conselho de sentença condenou o réu por 12 crimes, incluindo homicídio qualificado, duas tentativas de homicídio, cinco cárceres privados e quatro disparos de arma de fogo. Em primeira instância, a pena foi fixada em 98 anos e 10 meses de reclusão.
Posteriormente, o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) reformou a sentença, reduzindo a condenação para 39 anos e 3 meses de prisão, pena atualmente em cumprimento por Lindemberg, que segue no regime semiaberto.
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