Saiba quem é a ex-aluna da USP condenada pelo 8 de janeiro que está foragida desde 2024

Condenada a 14 anos de prisão por participação nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, Roberta Jersyka Oliveira Brasil Soares (37), está foragida da Justiça desde maio de 2024. Ex-estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP), ela rompeu a tornozeleira eletrônica pouco mais de um mês após a condenação e não voltou a se apresentar às autoridades.

Natural de Fortaleza, no Ceará, Roberta é formada em engenharia e filha de um segundo-tenente do Exército já falecido. Em 2020, mudou-se para São Paulo após ser aprovada no vestibular da USP para o curso de medicina. Nas redes sociais, costumava compartilhar a rotina acadêmica, treinos físicos e momentos com familiares e amigos.

Mudança de postura nas redes e ida a Brasília

A partir de setembro de 2022, as publicações passaram a ter forte teor político. Em janeiro de 2023, Roberta viajou a Brasília para participar do ato convocado por apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro contra o resultado das eleições que elegeram Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante a invasão ao Congresso Nacional, ela foi presa em flagrante pela Polícia do Senado. Imagens das câmeras de segurança mostram Roberta ajoelhada e rezando no interior do prédio no momento da abordagem. O vídeo foi anexado ao inquérito. Após a prisão, ela trancou a matrícula no curso de medicina da USP.

Condenação no STF e descumprimento de medidas

Na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, Roberta foi acusada de tentar abolir o Estado Democrático de Direito, com uso de violência e grave ameaça, além de buscar a deposição do governo legitimamente eleito. Em agosto de 2023, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liberdade provisória, impondo o uso de tornozeleira eletrônica e a obrigação de comparecimento semanal à Justiça.

Em abril de 2024, o STF condenou Roberta a 14 anos de prisão em regime fechado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada e deterioração de patrimônio tombado.

Fuga e status de procurada

Segundo informações da Justiça do Ceará, a ex-aluna da USP rompeu a tornozeleira eletrônica em 25 de maio de 2024 e não manteve mais contato com o Judiciário. Ela integra o grupo de condenados pelos atos de 8 de janeiro que fugiram para a Argentina. A defesa informou ter perdido contato com a cliente.

Atualmente, Roberta consta como procurada no Banco Nacional de Mandados de Prisão. A Vara de Execução de Penas do Ceará comunicou ao STF que o descumprimento das determinações judiciais permanece até o momento.