O governador de Rondônia, Marcos Rocha, oficializou de vez o rompimento político com o vice-governador Sérgio Gonçalves ao determinar a exoneração em massa de assessores e servidores comissionados ligados ao grupo do vice dentro da estrutura do Estado. A decisão foi publicada em edição suplementar do Diário Oficial e atingiu 35 ocupantes de cargos de confiança distribuídos por diversos setores da administração estadual.
Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves/ Foto: Imagem feito por IA
Os exonerados eram considerados politicamente alinhados a Sérgio Gonçalves, que nos últimos meses passou a se posicionar publicamente como pré-candidato ao Governo de Rondônia, movimento que aprofundou o desgaste e acelerou o distanciamento com o governador.
A crise entre os dois já vinha sendo construída há algum tempo, com episódios públicos que evidenciaram o racha.
Em julho, durante uma entrevista ao vivo, Marcos Rocha retirou o vice de uma secretaria e declarou abertamente que a relação política entre ambos não estava positiva, chegando a afirmar que se sentia entristecido por romper com alguém a quem havia ajudado politicamente.
Antes disso, Rocha já havia exonerado Júnior Gonçalves, irmão do vice-governador, da Casa Civil — fato considerado um dos primeiros sinais claros do rompimento. A saída de Júnior provocou forte reação: ele convocou uma coletiva de imprensa e fez duras acusações contra Sandro Rocha, irmão do governador e atual dirigente do Detran, aprofundando ainda mais a crise entre os grupos.
Mesmo diante das exonerações e do isolamento dentro do governo, Sérgio Gonçalves segue ativo politicamente. O vice tem buscado diálogo com lideranças de diferentes espectros ideológicos, incluindo setores da esquerda, e afirma que sua candidatura ao Governo é irreversível. Nos bastidores, aliados destacam que sua base de força ainda passa pelo controle do União Brasil em Rondônia, mantido por Júnior Gonçalves.
A exoneração coletiva marca, de forma definitiva, o fim da aliança entre governador e vice, redesenhando o tabuleiro político do Estado e antecipando um confronto direto nas próximas eleições.
