O governo do Acre concluiu, nesta segunda-feira,22, um curso de qualificação profissional para 14 reeducandos do Presídio Manoel Neri, em Cruzeiro do Sul. A ação é resultado de parceria entre a Secretaria de Estado de Educação (SEE), o Instituto de Administração Penitenciária do Acre (Iapen) e o Instituto Estadual de Educação Profissional e Tecnológica (Ieptec).
O curso de mecânica de refrigeração e climatização residencial foi ofertado de forma integrada à Educação de Jovens e Adultos (EJA) e teve duração de seis meses. Ao final, os participantes receberam certificação, o que possibilita o exercício da atividade profissional após o cumprimento da pena.

A coordenadora do setor técnico do Iapen no presídio Manoel Neri, Vanila Pinheiro, destacou que a formação amplia as possibilidades de reinserção social. Segundo ela, o curso integra a grade da EJA e é o primeiro com esse formato dentro da unidade prisional. A iniciativa busca oferecer alternativas concretas de trabalho aos reeducandos.
Um dos participantes, de 35 anos, condenado a 16 anos de prisão e com quatro anos de pena cumpridos, relatou que a qualificação amplia as oportunidades de emprego. Ele afirmou que já possuía experiência profissional antes do encarceramento, mas que a formação em refrigeração pode contribuir para melhorar a renda familiar quando deixar o sistema prisional.

O curso foi ministrado pelo professor Antônio Ernilton, técnico em refrigeração, que avaliou como positiva a participação dos alunos. De acordo com ele, a turma concluiu todas as etapas previstas e os reeducandos estão aptos a atuar na área.
A gestora da Escola Plácido de Castro, Eliete Costa, responsável pelas turmas da EJA no presídio, informou que a unidade já atua há vários anos com educação básica para pessoas privadas de liberdade. Ela ressaltou que esta foi a primeira turma a concluir um curso profissionalizante integrado à EJA e que novas formações estão sendo planejadas para os próximos períodos.
O coordenador pedagógico do Centro de Educação Profissional e Tecnológica do Juruá (Ceflora), Paulo Silva, explicou que o objetivo da parceria é ampliar o acesso à qualificação profissional e facilitar a inserção no mercado de trabalho. Segundo ele, a formação busca desenvolver competências práticas e ampliar as possibilidades de atuação dos alunos após o cumprimento da pena.

O coordenador da EJA em Cruzeiro do Sul, José Adriano, destacou que a educação é um direito garantido mesmo às pessoas privadas de liberdade. Ele afirmou que a oferta de cursos técnicos dentro do sistema prisional contribui para a construção de novas trajetórias e para a redução da reincidência criminal.
A iniciativa integra as ações do Estado voltadas à educação e à qualificação profissional como instrumentos de reinserção social no sistema prisional acreano.
O curso teve duração de seis meses e foi ministrado pelo técnico em refrigeração Antônio Ernilton de Souza, que também atua como professor. “Todos concluíram o curso e estão aptos a trabalhar. Houve comprometimento e respeito durante todo o processo”, relatou.

