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Tudo sobre Inteligência Artificial
O uso da inteligência artificial na psicologia deixou de ser algo para o futuro. Plataformas como PsicoAI e PsiDigital já auxiliam profissionais em tarefas como transcrição de sessões e organização de laudos, tornando o trabalho mais rápido e eficiente.
Especialistas reforçam que essas ferramentas são apenas um apoio e não substituem o terapeuta, afirma matéria da BBC.

IA como parceira do psicólogo
Nos últimos anos, a IA tem avançado e passou a ser incorporada por psicólogos para diversas funções, sem substituir decisões humanas. As tecnologias oferecem recursos como:
- Transcrição automática de sessões;
- Sugestões de análise de evolução do paciente;
- Criação de relatórios e laudos estruturados;
- Supervisão e recomendações de abordagens terapêuticas.
Tem sido muito útil e facilitado bastante a minha vida.
Maísa Brum, psicóloga especializada em avaliação neuropsicológica, à BBC.
Ela usa um gravador com IA para transcrever entrevistas e organizar informações em linha do tempo, apagando os arquivos após o uso. A ferramenta serve apenas como apoio, não como instrumento diagnóstico.
O psicólogo e professor universitário Eduardo Araújo também utiliza IA para análise de dados e pesquisas, como em seu mestrado com mais de 500 pacientes. “Para esse tipo de tarefa, de análise de dados, acaba sendo muito útil”, diz, lembrando que a ferramenta nunca substitui o raciocínio clínico.

Riscos e cuidados no uso da IA
A IA permite criar conteúdos e atividades para pacientes e gerar sugestões de abordagem para sessões, explica a psicóloga Patrícia Mourão De Biase. No entanto, o uso exige cuidado ético e consentimento do paciente.
“Ferramentas de transcrição poupam tempo, mas quando a IA começa a se confundir com o terapeuta, surgem questões éticas e de confidencialidade”, alerta o psiquiatra Rodrigo Martins.
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Plataformas como a PsiDigital oferecem assistentes virtuais que registram sessões, produzem relatórios detalhados e geram sugestões de intervenção baseadas em autores renomados. Gustavo Landgraf, criador da ferramenta, garante: “A IA só pega o que foi falado, mas não as expressões humanas, do rosto, do corpo. Ela potencializa o tratamento, mas não substitui o terapeuta”.
O Conselho Federal de Psicologia (CFP) orienta que cada profissional deve assumir integralmente a responsabilidade pelo uso dessas ferramentas. Carolina Roseiro, conselheira do órgão, destaca que a mediação humana é indispensável e que o consentimento do paciente é obrigatório em qualquer etapa do atendimento.

Mudança é inevitável
Apesar dos desafios éticos e de privacidade, a IA já faz parte do cotidiano de psicólogos e promete transformar tarefas burocráticas e criativas, otimizando tempo e potencializando a prática clínica.
A tecnologia não irá substituir a profissão, mas pode moldar um novo modelo de trabalho, mais ágil e conectado à inovação.
