Após terem os habeas corpus cancelado e negado, a médica e a técnica de enfermagem, investigadas pela morte do menino Benício Xavier, de anos, por suspeita de erro médico, durante um atendimento em um hospital particular de Manaus (AM), no dia de novembro, tiveram os pedidos de prisão preventiva solitados pela Polícia Civil do Amazonas.
Agora, o pedido foi encaminhado à Justiça após o avanço das apurações do caso. Segundo a Polícia, as investigações apontaram que a médica usava carimbo e assinatura com referência à especialidade de pediatria, mesmo sem ter o título reconhecido oficialmente.
Isso pode configurar falsidade ideológica e uso de documento falso, conforme as normas do Conselho Federal de Medicina. O inquérito revelou que Benício recebeu adrenalina por via intravenosa, procedimento inadequado para o estado clínico do garoto.
Conforme a investigação, a médica teria assumido o erro na prescrição ao trocar mensagens com outro profissional de saúde. Já a técnica de enfermagem está sob investigação por ter seguido a prescrição sem questionar a via e a dose do medicamento.
Diante das provas já reunidas, a Polícia Civil avalia que houve assunção de risco, podendo caracterizar homicídio doloso por dolo eventual. O inquérito também investiga possíveis falhas estruturais no hospital e problemas no procedimento de intubação realizado na criança.
Entenda o caso
Benício deu entrada no Hospital Santa Júlia em de novembro com tosse seca e suspeita de laringite. De acordo com a família, ele recebeu prescrição de lavagem nasal, soro, xarope e três doses de adrenalina intravenosa de a cada minutos, aplicadas por uma técnica de enfermagem.
O estado da criança piorou rapidamente: ele ficou pálido, com membros arroxeados, e chegou a dizer que “o coração estava queimando”. Levado à UTI, Benício sofreu paradas cardíacas.
Para a polícia, trata-se de erro médico. A médica responsável, Juliana Brasil Santos, admitiu o equívoco em documento enviado à polícia e em mensagens pedindo ajuda ao colega Enryko Queiroz. Segundo a defesa, a confissão ocorreu “no calor do momento” e teria sido causada por falhas no sistema do hospital.
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