A Polícia Civil de São Paulo deflagrou, nesta terça-feira (16), uma operação para investigar dois homens suspeitos de atuarem como falsos médicos em um hospital privado da Zona Leste da capital. Segundo os investigadores, eles teriam atendido milhares de pacientes de forma irregular ao longo de aproximadamente dois anos, com registros de mortes possivelmente relacionadas aos procedimentos realizados.
A investigação é conduzida pelo 22º Distrito Policial de São Miguel Paulista, que cumpriu cinco mandados de busca e apreensão. Um dos alvos foi o Hospital Jardim Helena, localizado no bairro Jardim Helena, onde os suspeitos teriam trabalhado se passando por profissionais habilitados.
De acordo com a Polícia Civil, os homens são investigados por exercício ilegal da medicina, estelionato e uso de documentos falsos. As apurações apontam que eles atendiam normalmente no pronto-socorro da unidade, o que pode ter resultado em cerca de 9 mil vítimas ao longo do período.
“O hospital deveria saber e nada fez. Eles atuaram ali por cerca de dois anos”, afirmou o delegado José Mariano de Araújo Filho, responsável pelo caso.
Ainda segundo a polícia, a unidade de saúde não teria adotado medidas eficazes para verificar a formação e a regularidade profissional dos funcionários, o que teria facilitado a permanência dos falsos médicos no local.
O Hospital Jardim Helena possui pronto-socorro 24 horas para adultos e crianças e oferece atendimentos que vão desde casos básicos até especialidades como cardiologia, neurologia e ortopedia.
As investigações seguem para apurar o número exato de vítimas, a possível relação direta entre os atendimentos e as mortes registradas, além de eventual responsabilidade de gestores e administradores do hospital. A unidade foi procurada, mas ainda não se manifestou.
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