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Polícia Federal investiga ataques cibernéticos contra deputados pró-PL Antiaborto

Polícia Federal investiga ataques cibernéticos contra deputados pró-PL Antiaborto

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A Polícia Federal (PF) deflagrou a Operação Intolerans nesta terça-feira (02). A operação mira suspeitos de ataques cibernéticos contra sites de deputados federais que apoiaram o Projeto de Lei nº 1904/2024, também conhecido como PL Antiaborto. A PF cumpriu dois mandados de busca e apreensão em São Paulo (SP) e Curitiba (PR).

A operação busca reprimir e esclarecer uma ofensiva coordenada que gerou instabilidade e períodos de indisponibilidade nos sites dos parlamentares, o que afetou a comunicação institucional e a atuação legislativa. A ação contou com o apoio de parceiros estrangeiros por meio de cooperação jurídica internacional.

Operação Intolerans: PF aprofunda investigações e identifica sites afetados

O ataque cibernético é do tipo negação de serviço (DDoS), que tenta sobrecarregar um servidor ou site para torná-lo inutilizável

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Páginas de deputados teriam sido alvos de ataques cibernéticos do tipo DDoS (Imagem: JARIRIYAWAT/Shutterstock)

A operação visa identificar e responsabilizar os envolvidos na ação criminosa. E a PF prossegue com as investigações para assegurar a responsabilização dos autores.

Entre os deputados afetados, estão:

Além desses, outros parlamentares relataram invasões cibernéticas na época da discussão do texto, incluindo Júlia Zanatta (PL-SC), Greyce Elias (Avante-MG) e o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, segundo o G1

No entanto, a Agência Brasil apontou que não há informações a respeito dos deputados que foram afetados pelos ataques hackers.

PL Antiaborto gera controvérsia ao equiparar interrupção da gravidez a homicídio

O Projeto de Lei nº 1904/2024 equipara a interrupção da gestação após a 22ª semana ao crime de homicídio

O texto altera o Código Penal e prevê a aplicação de pena de homicídio simples (seis a 20 anos de prisão) a casos de aborto realizados após esse período, incluindo vítimas de estupro

O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, é um dos autores do Projeto de Lei Antiaborto (Imagem: Lula Marques/Agência Brasil)

A pena valeria tanto para a gestante que provoque o aborto em si mesma ou consinta quanto para quem realizar o procedimento.

Pela proposta, os profissionais poderiam ser punidos em caso de interromper a gravidez de feto que não seja anencéfalo, ainda que seja fruto de violência contra crianças e adolescentes

Atualmente, o aborto no Brasil é permitido, sem limite de tempo de gestação, se for resultante de um estupro, se colocar a vida da mãe em risco ou se o feto for anencéfalo. 

O PL não altera a lei nos casos de anencefalia e de gravidez com risco para a mãe.

O projeto, de autoria do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) com Evair Vieira de Melo (PP-ES) e Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), foi aprovado com urgência de maneira simbólica na Câmara dos Deputados em junho de 2024

A aprovação de urgência permite que a proposta vá direto para votação em plenário, sem precisar passar pelas comissões. A decisão foi tomada em 23 segundos, com apoio da bancada evangélica. E gerou forte repercussão negativa nas ruas e nas redes sociais.

Leia mais:

Na Câmara, após intensa pressão popular, o debate acelerado foi suspenso pelo então presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Agora, o texto está parado no Senado.

O PL está parado desde agosto de 2024 na Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF), onde tinha previsão de ser debatido em audiência pública. 

O atual presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não deu prosseguimento às discussões sobre o texto.

(Esta matéria também usou informações da Polícia Federal.)

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