A Polícia Civil desvendou o plano de um homem preso nesta segunda-feira (1º), por orientar o próprio filho a ferir e até matar a mãe, além de tentar incriminá-la com munição de uso restrito, em Gaspar, no Vale do Itajaí. A investigação confirmou que o suspeito forçou o menino a posar com projéteis e a levar o material até a casa da mulher para que ela fosse responsabilizada. O caso foi conduzido pela Delegacia de Gaspar e teve apoio de equipes de Blumenau e da Polícia Civil gaúcha.
Foto apresentada à polícia revelou contradições
O homem, detido em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, havia registrado boletim de ocorrência meses antes e entregado à polícia uma imagem em que o filho aparecia segurando uma munição calibre 7,62, utilizada em fuzis. Ele alegava que o menino tinha acesso a armas, drogas e munições na residência da mãe, onde vivia com a criança. A versão começou a ruir quando uma busca na casa da mulher não encontrou nenhum indício que corroborasse o relato.
Diante das inconsistências, os investigadores apreenderam o celular do suspeito. As análises mostraram que a fotografia havia sido registrada dentro da casa dele e com o próprio pai por trás da câmera. Segundo o delegado Filipe Martins, o investigado entregou ao filho uma munição irregular e orientou a criança a colocá-la na casa da mãe para que o material fosse descoberto durante eventual ação policial.
Criança relatou incitação para machucar e matar a mãe
O avanço decisivo da apuração veio no depoimento da criança à psicóloga policial. O menino afirmou que era instruído pelo pai a posar com o projétil e a provocar ferimentos na mãe. Também disse que o homem falava em matá-la. O delegado ressaltou que, embora a criança não conseguisse detalhar exatamente como as ordens eram dadas, o relato foi considerado fundamental para esclarecer o caso.
Segundo a investigação, o homem mantinha ao menos onze munições de uso restrito. Uma delas foi entregue ao menino para que ele levasse até a residência da mãe, mas o plano não foi concluído pela criança.
Crimes identificados e prisão preventiva
A polícia concluiu que o suspeito cometeu múltiplos crimes. Entre eles estão denunciação caluniosa, perseguição, fraude processual, posse e porte ilegal de munição de uso restrito e corrupção de menores. O delegado observou que a denúncia apresentada pelo homem se baseava em uma foto manipulada e construída para sustentar uma narrativa falsa.
Com as provas reunidas, o Ministério Público solicitou a prisão preventiva, deferida pela Justiça devido à gravidade dos fatos. O suspeito foi localizado no Rio Grande do Sul, para onde havia se mudado durante o andamento das investigações.
A apuração envolveu a equipe de Psicologia da Delegacia de Gaspar, o setor de Investigação, o Núcleo de Inteligência da Polícia Civil de Blumenau e contou com apoio da polícia gaúcha para a captura.
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