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A década de 2000 foi um marco para quem ama cinema de ação. Os estúdios começaram a misturar técnicas orientais com a estética ocidental, as franquias ganharam protagonismo absoluto e a tecnologia permitiu cenas cada vez mais ousadas.
Foi um período de reinvenção: heróis mais humanos, direção mais crua, coreografias mais ambiciosas e narrativas que ultrapassaram o simples espetáculo visual. Prepare-se para relembrar clássicos, redescobrir surpresas e entender o impacto cultural que transformou os anos 2000 em uma era de ouro para o cinema de ação.
Os 10 melhores filmes de ação dos anos 2000
Distrito 9 (2009)

Neill Blomkamp chegou ao mainstream com um dos filmes mais criativos do período. Distrito 9 mistura sci-fi, ação e comentário social, tudo filmado como se fosse um falso documentário. A crítica bateu palma para os efeitos visuais impecáveis, feitos com orçamento modesto, e para as cenas de combate cheias de impacto. O filme debate xenofobia, segregação e desigualdade, mas nunca perde o peso da ação. O terceiro ato é explosivo, com tiroteios, exoesqueletos e tensão crescente. Uma das produções mais originais dos anos 2000.
A Identidade Bourne (2002)

O filme que começou a revolução. A Identidade Bourne apresentou ao mundo um novo estilo de ação: mais realista, mais próxima do corpo, mais tática. A crítica adorou a abordagem grounded, sem exageros, com lutas rápidas e funcionais. Damon mostrou que o herói de ação podia ser silencioso, eficiente e inteligente, longe do padrão musculoso dos anos 90. A cena da briga com a caneta e a perseguição de carro são referência até hoje. Sem esse longa, o gênero não teria tomado o rumo que tomou nos anos seguintes.
Cassino Royale (2006)

James Bond precisava mudar, e mudou com tudo. Daniel Craig trouxe brutalidade, peso corporal e uma frieza nunca vista antes na franquia. A crítica adorou o tom mais realista, sem gadgets exagerados e com ação mais física. A perseguição parkour de abertura virou uma das cenas mais imitadas da década. O filme também aprofunda Bond emocionalmente, algo raro até então. É o tipo de obra que revitaliza uma franquia e redefine o protagonista para uma nova geração.
Kill Bill: Volume 1 (2003)

Tarantino faz aqui sua maior celebração aos filmes de kung fu, yakuza e samurais. A crítica adorou o uso de cores, trilha icônica e coreografias impecáveis. A luta contra os Crazy 88 é um espetáculo: vinte minutos de ação ininterrupta, sangue e movimentos precisos. A Noiva, interpretada por Uma Thurman, virou um dos grandes ícones femininos do cinema de ação. Kill Bill ajudou a popularizar o estilo de luta oriental em Hollywood e abriu espaço para diretores e coreógrafos asiáticos trabalharem em blockbusters americanos.
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Gladiador (2000)

O épico de Ridley Scott marcou a virada do milênio com força. A crítica destacou a estética suja e realista, as batalhas grandiosas e a qualidade técnica do filme. A sequência inicial, na Germânia, é lembrada até hoje pela escala e intensidade. Maximus é um protagonista trágico, impulsionado por honra e vingança, e Russell Crowe entrega uma atuação icônica. Gladiador reacendeu o interesse por filmes históricos e abriu caminho para produções como Tróia e O Reino dos Céus. É ação com emoção e das boas.
Oldboy (2003)

Poucos filmes chocaram a crítica como Oldboy. O longa sul-coreano mistura vingança, suspense psicológico e ação estilizada de um jeito único. A cena do corredor, filmada em plano-sequência de lado, virou referência global de coreografia minimalista, brutal e visceral. O diretor Park Chan-wook usa violência não como espetáculo fácil, mas como ferramenta narrativa — tudo é dramático, sujo e emocional. O filme foi premiado no Festival de Cannes e se tornou um cult instantâneo. Ele abriu portas para o cinema coreano no Ocidente e provou que ação pode ser arte, estilo e desconforto ao mesmo tempo.
Os Infiltrados (2006)

Apesar de ser um thriller policial, Os Infiltrados tem ação suficiente para entrar na lista, e com folga. Scorsese entrega violência crua, ritmo acelerado e personagens no limite o tempo todo. A crítica elogiou o trio de protagonistas: Leonardo DiCaprio, Matt Damon e Jack Nicholson. A tensão psicológica é o fio condutor, e quando a ação explode, explode com força. A troca de tiros no prédio, a perseguição na Chinatown e o final abrupto mostram como Scorsese domina o caos. Foi o filme que finalmente deu o Oscar de Melhor Diretor ao cineasta.
O Cavaleiro das Trevas (2008)

Quando se fala em melhores filmes ação dos anos 2000, esse é praticamente unanimidade. O filme combina cenas grandiosas com narrativa pesada e personagens complexos. A atuação de Heath Ledger como Coringa redefiniu antagonistas no cinema, rendendo um Oscar póstumo. A crítica elogiou a profundidade temática, que discute caos, ética e vigilância, tudo embalado por perseguições elaboradas e confrontos icônicos, como a cena da carreta virando no centro de Gotham. Nolan elevou o cinema de super-herói a um patamar adulto, pavimentando o caminho para uma década inteira de produções mais sérias.
O Ultimato Bourne (2007)

A trilogia Bourne já tinha reinventado o cinema de espionagem, mas O Ultimato Bourne é o auge absoluto. A crítica exaltou o ritmo quase ininterrupto, a câmera na mão que coloca o espectador dentro da briga e o realismo absurdo das perseguições. A sequência no Marrocos é considerada uma das melhores da década: tensa, frenética e cheia de criatividade nos enquadramentos. Matt Damon entrega a melhor versão de Jason Bourne, um agente letal tentando recuperar a própria identidade enquanto desmantela a CIA por dentro. Foi tão impactante que obrigou outras franquias a se modernizarem, inclusive James Bond, que adotou um estilo mais cru depois de Bourne.
O Tigre e o Dragão (2000)

Ang Lee levou o cinema de artes marciais a outro nível, combinando poesia visual, coreografias aéreas e narrativa emocional. A crítica aclamou o filme por unir ação estilizada com profundidade dramática, algo raro no gênero na época. As cenas de luta coreografadas por Yuen Woo-ping, especialmente o duelo no bambuzal, influenciaram Hollywood por anos, inspirando produções como Matrix e Kill Bill.
Por que merece estar na lista: redefiniu o wuxia para o público ocidental, ganhou quatro Oscars e entregou algumas das sequências mais bonitas e fluidas da década. É um dos melhores filmes ação dos anos 2000 sem discussão.
Revisitar os anos 2000 é lembrar de uma época em que o cinema de ação decidiu se reinventar. Diretores apostaram em realismo, novas linguagens visuais e histórias mais intensas, abrindo espaço para personagens complexos e cenas que hoje são referência.
