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No mundo animal, as parcerias podem ser surpreendentes. Algumas corujas levam cobras vivas para seus ninhos, mas não para comê-las, e sim para garantir que seus filhotes cresçam com mais saúde.
O papel das cobras-cegas no ninho das corujas
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🦉 Captura cuidadosa
A coruja captura a cobra-cega e a leva viva para o ninho, em vez de consumi-la como presa imediata.
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🐍 Fim dos parasitas
Uma vez no ninho, a cobra se enterra nos detritos e começa a caçar larvas de moscas e outros parasitas prejudiciais.
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🐣 Desenvolvimento
Com menos pragas competindo por alimento ou atacando os filhotes, as corujinhas crescem mais rápido e mais fortes.
Essa interação biológica fascinante mostra como a natureza cria soluções eficientes de limpeza. Segundo informações detalhadas pela Audubon, as corujas-do-mato utilizam essas cobras como agentes de controle biológico, mantendo o ambiente onde os filhotes vivem muito mais higiênico. Outro artigo publicado em 2025, descreve pela primeira vez entre Otus scops (coruja-escopos euroasiática) e cobra-minhoca (Xerotyphlops vermicularis) no ninho, sugerindo que interações semelhantes podem ocorrer em outras regiões e com espécies relacionadas.
Uma parceria vantajosa para o crescimento dos filhotes
A presença das cobras-cegas nos ninhos não é um acidente, mas uma estratégia de sobrevivência. Os ninhos de corujas costumam acumular restos de comida, como pedaços de presas em decomposição, que atraem moscas. As larvas dessas moscas podem infestar os filhotes de coruja, sugando sua energia e retardando seu desenvolvimento.
Ao manter as cobras vivas ali dentro, a coruja garante uma faxina constante. As cobras-cegas se alimentam justamente dessas larvas indesejadas. O resultado é nítido: filhotes criados em ninhos com essas “babás” rastejantes apresentam menos doenças e uma taxa de crescimento significativamente superior em comparação aos ninhos que não contam com essa ajuda.

A ciência por trás da limpeza biológica
Pesquisadores observaram que as corujas são muito seletivas ao trazer as cobras. Elas as entregam inteiras e prontas para trabalhar. Abaixo, veja uma comparação entre o que acontece em ninhos que possuem essa parceria inusitada e aqueles que dependem apenas dos cuidados convencionais da mãe coruja.
| Aspecto do Ninho | Com Cobra-Cega | Sem Cobra-Cega |
|---|---|---|
| Presença de larvas | Mínima ou nula | Alta concentração |
| Saúde dos filhotes | Superior | Regular a baixa |
| Velocidade de crescimento | Acelerada | Lenta |
O instinto de proteção além da predação
Essa relação quebra a lógica comum de que uma ave de rapina sempre verá um réptil apenas como alimento. Para a coruja, o valor da cobra-cega viva supera o seu valor nutricional imediato. É uma demonstração clara de como a inteligência instintiva pode utilizar outros seres vivos para otimizar a criação da prole.
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A parceria também é curiosa para a cobra, que encontra no ninho um ambiente rico em alimento e proteção contra outros predadores maiores que não se atreveriam a entrar na casa de uma coruja. No fim das contas, a cooperação entre essas duas espécies tão diferentes garante que a próxima geração de caçadores alados chegue ao céu com muito mais força.