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O Parque Nacional do Vale da Morte e o Deserto de Mojave, na Califórnia (EUA), foram os locais escolhidos pela NASA para testar uma das 25 tecnologias em desenvolvimento para missões futuras em Marte.
Um software de voo de drones de última geração, também chamado de Extended Robust Aerial Autonomy (Autonomia Aérea Robusta Estendida), pode ajudar a resolver um problema identificado com o helicóptero Ingenuity durante o seu 72º e último voo no Planeta Vermelho.
“O Ingenuity foi projetado para sobrevoar terrenos com texturas bem definidas, estimando seu movimento com base em características visuais do solo. Mas, eventualmente, ele teve que atravessar áreas mais planas, onde isso se tornou difícil”, disse Roland Brockers, pesquisador e piloto de drones da NASA. “Queremos que os veículos do futuro sejam mais versáteis e não precisem se preocupar em sobrevoar áreas desafiadoras como essas dunas de areia.”

Resultados promissores para a NASA
- Os engenheiros viajaram até as dunas de areia de Mars Hill e Mesquite Flats, no Parque Nacional do Vale da Morte, entre o final de abril e o início de setembro;
- Eles tiveram de encarar temperaturas de 45 °C — o trabalho foi monitorado em um laptop sob uma tenda improvisada;
- Segundo a NASA, os testes já resultaram em descobertas úteis, incluindo como diferentes filtros de câmera ajudam os drones a rastrear o solo e como novos algoritmos podem guiá-los para pousar com segurança em terrenos acidentados como o de Mars Hill;
- “É incrivelmente empolgante ver cientistas usando o Vale da Morte como campo de testes para a exploração espacial”, disse Mike Reynolds, superintendente do Parque Nacional do Vale da Morte. “É um lembrete poderoso de que o parque é protegido não apenas por sua beleza cênica ou oportunidades de recreação, mas como um laboratório vivo que nos ajuda ativamente a entender ambientes desérticos e mundos além do nosso.”

Para testes adicionais durante a excursão de três dias, a equipe se aventurou até as Dunas de Dumont, no Deserto de Mojave. As dunas onduladas ali ofereciam uma variação do terreno plano usado para testar o software de voo — as mesmas dunas foram, aliás, local de testes do sistema de mobilidade do rover Curiosity da NASA em 2012.
“Os testes de campo oferecem uma perspectiva muito mais abrangente do que analisar apenas modelos computacionais e imagens de satélite limitadas”, disse Nathan Williams, geólogo da NASA e membro da equipe que anteriormente ajudou a operar o Ingenuity.
“Características cientificamente interessantes nem sempre estão localizadas nos lugares mais tranquilos, então queremos estar preparados para explorar terrenos ainda mais desafiadores do que os explorados pelo Ingenuity.”
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Au-au marciano
Pesquisadores do Centro Espacial Johnson da NASA, em Houston (EUA), também estiveram no Parque Nacional White Sands, no Novo México (EUA), para testar um robô semelhante a um cachorro chamado Legged Autonomous Surface Science In Analogue Environments for Mars (Ciência de Superfície Autônoma com Pernas em Ambientes Analógicos para Marte) ou LASSIE-M.

Motores nas pernas do robô medem propriedades físicas da superfície que, quando combinadas com outros dados, permitem que o LASSIE-M altere sua marcha ao encontrar terrenos mais macios, soltos ou mais ásperos — variações que frequentemente indicam mudanças cientificamente interessantes.
O objetivo da equipe é desenvolver um robô capaz de escalar terrenos rochosos ou arenosos — ambos potencialmente perigosos para um veículo explorador — enquanto realiza buscas à frente de humanos e outros robôs, utilizando instrumentos para descobrir novos conhecimentos científicos.
