Uma mulher morreu após ser submetida a uma cirurgia realizada por um homem que se passava por médico em uma clínica clandestina na cidade de Barabanki, no estado de Uttar Pradesh, na Índia. O procedimento foi feito enquanto o falso profissional assistia a um tutorial no YouTube e, segundo testemunhas, sob efeito de álcool.
De acordo com relatos do marido da vítima, Munishra Rawat, de 50 anos, o responsável pela clínica, identificado como Gyan Prakash Mishra, afirmou que a paciente sofria de dores abdominais causadas por “pedras” e decidiu iniciar a cirurgia mesmo sem possuir formação médica ou autorização legal para atuar.
Durante o procedimento, Mishra contou com a ajuda do próprio sobrinho. Ambos teriam cortado artérias e veias importantes da paciente, o que provocou complicações graves. Com a piora do quadro clínico, a mulher foi transferida para um hospital, mas não resistiu e morreu na noite seguinte, em 6 de dezembro.
Familiares e testemunhas afirmaram que Mishra aparentava estar embriagado no momento da cirurgia e que tentava seguir, em tempo real, instruções de um vídeo disponível na internet. A Polícia de Uttar Pradesh abriu uma investigação e registrou o caso como homicídio culposo por negligência médica. Também foram incluídas acusações com base na Lei de Prevenção de Atrocidades, já que a vítima pertencia a uma casta protegida pela legislação indiana.
O sobrinho de Mishra, que também participou do procedimento, é procurado pelas autoridades. A clínica foi fechada após a constatação de que funcionava sem licença sanitária e sem qualquer credenciamento profissional.
O caso causou forte repercussão nas redes sociais e reacendeu o debate sobre a atuação de clínicas ilegais na Índia. Especialistas em saúde pública alertam para os riscos de procedimentos médicos realizados sem qualificação, especialmente em regiões onde o acesso a serviços de saúde regulamentados é limitado.
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