Um integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi condenado a mais de 28 anos de prisão por torturar e matar um policial militar após ele ser reconhecido em um baile funk, em Bertioga, no litoral de São Paulo. O julgamento ocorreu na quarta-feira (10), no Tribunal do Júri, em Santos.
Ronaldo de Aguiar, conhecido como “Paraná”, está preso desde julho de 2021 e foi condenado pela morte do policial militar Gledson Silva de Gusmão, crime ocorrido em março de 2020. O réu foi sentenciado por homicídio qualificado, por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de roubo majorado.
Segundo as investigações, o PM foi ao baile funk acompanhado de uma amiga da família, que queria conhecer o evento. No local, ele foi reconhecido, teve a arma roubada, foi sequestrado e torturado, sendo posteriormente executado em uma área de mata.

Ao todo, oito pessoas foram denunciadas pelo crime. Três delas já foram absolvidas por falta de provas. Apontado como mandante do assassinato, um homem conhecido como “Zóio” morreu em confronto com a polícia ainda em março de 2020.
A Polícia Civil seguiu com as investigações e identificou Ronaldo de Aguiar como um dos executores. Ele foi preso após a Justiça expedir mandado de prisão. O Ministério Público pediu a condenação do réu por todos os crimes, o que foi acolhido pelos jurados.
O julgamento foi realizado em Santos após pedido de desaforamento feito pelo Ministério Público, que alegou risco de influência do crime organizado em Bertioga. Os jurados entenderam que ficou comprovada a autoria de Paraná tanto no homicídio quanto no roubo.
Na sentença, a juíza Andreia Aparecida Nogueira Roman fixou a pena em 18 anos de prisão pelo homicídio qualificado e 10 anos e 6 meses pelo roubo majorado, além de multa. Ela determinou o início imediato do cumprimento da pena, em regime fechado.
Apesar da condenação, o Ministério Público entrou com recurso pedindo o aumento da pena. Segundo o órgão, a magistrada deixou de considerar uma condenação anterior do réu na dosimetria, utilizando apenas uma das sentenças para agravar a punição.
Defesa
Em nota, o advogado de Ronaldo de Aguiar, César Murat, afirmou que a defesa irá recorrer da decisão. Segundo ele, o veredito dos jurados foi contrário às provas apresentadas durante o julgamento.
“A única testemunha protegida que presenciou os fatos afirmou que o acusado não participou do crime”, declarou. O advogado também destacou que policiais militares ouvidos no processo teriam afirmado não haver provas da participação direta de Rogério no assassinato.
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