Fagner Falcão de Oliveira Silva, de 36 anos, foi assassinado com golpes de lâminas durante um motim na Penitenciária 1 de Potim, no interior de São Paulo, na sexta-feira (26). Segundo fontes da Polícia Penal, o detento teve as vísceras expostas e era declarado integrante do Comando Vermelho (CV), facção carioca rival do Primeiro Comando da Capital (PCC). Outros dois presos ficaram feridos.
Documentos da Secretaria de Administração Penitenciária do Ceará apontam que, em 2020, Fagner era vinculado à facção Massa Carcerária. Três anos depois, ele passou a ser associado oficialmente ao Comando Vermelho, organização de atuação nacional e presença em pelo menos 23 cidades paulistas, conforme já havia sido revelado pelo portal Metrópoles.
Relatos internos indicam que, após a agressão, presos usaram o sangue da vítima para pichar “novo cangaço” em uma das paredes da unidade, em referência a quadrilhas que atacam cidades do interior com táticas de guerra para assaltar bancos.
A Secretaria da Segurança Pública informou ao Metrópoles que quatro homens, com idades entre 31 e 40 anos, foram presos em flagrante pela morte do detento. De acordo com a Secretaria da Administração Penitenciária, o motim foi controlado pela Célula de Intervenção Rápida depois que presos de um pavilhão atacaram outros detentos durante o banho de sol.
Trajetória criminal
Fagner tinha histórico de passagem por diferentes sistemas prisionais e vínculos com facções. Em 2020, no Ceará, foi registrado como integrante da Massa Carcerária. Em 2023, já era relacionado ao Comando Vermelho. Condenado por roubo e tráfico de drogas, chegou a cumprir prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, mas acumulou descumprimentos.
Neste ano, o Tribunal de Justiça de São Paulo revogou o benefício e determinou retorno ao regime fechado. Ele foi transferido inicialmente para a Penitenciária Compacta de Guareí II antes de chegar à P1 de Potim.